Manaus, 2 de maio de 2024
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Cenário

Juíza diz que não autorizou 2ª dose de vacina da covid-19 para nenhum ‘fura-fila’ em Manaus

A manifestação da juíza federal Jaiza Fraxe ocorre após confirmação de que as ‘irmãs Lins’ tomaram a segunda dose

Juíza diz que não autorizou 2ª dose de vacina da covid-19 para nenhum ‘fura-fila’ em Manaus

Após a confirmação de que as “irmãs Lins”, as médicas Gabrielle e Isabelle Kirk Maddy Lins tomaram a segunda dose da vacina contra a covid-19 em Manaus, a juíza federal Jaiza Fraxe, da 1ª Vara Federal Cível do Amazonas, se manifestou, por meio de sua conta no Twitter, na noite de quarta-feira (10). A magistrada esclareceu que não autorizou a aplicação da segunda dose para qualquer pessoa considerada fura-fila.

A juíza estava sendo questionada nas redes sociais, pois havia determinado que as médicas não deveriam tomar a segunda dose por serem suspeitas de fraude na vacinação em Manaus. Ela não cita os nomes das irmãs, mas sua manifestação foi uma resposta para os seus seguidores.

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“A Justiça Federal não autorizou a nenhum fura-fila permanecer no ilícito, descumprindo o plano nacional de imunização do Ministério da Saúde. Pessoas estão morrendo por causa desse tipo de comportamento. Quem repetiu o erro, após o devido processo legal e mediante as provas devidas, sofrerá as penas da ação de improbidade, em razão do dano ao erário, do privilégio ilícito e da infração do princípio da moralidade”, declarou a juíza no Twitter.

A magistrada acrescentou que ainda existe a previsão de perda do cargo público e suspensão dos direitos políticos, sem prejuízo de condenação para indenizar o grave dano coletivo, para quem for condenado neste caso.

“Está na lei e será cumprida para todos, pois não trabalhamos com privilégios. Não posso responder um a um, mas faço essa divulgação de informações procedimentais que servem para qualquer réu. As manifestações populares são importantíssimas para marcar o período de luto que passa a população amazonense, servindo como termômetro da crítica social”, salientou Jaiza Fraxe.

Responsável pela vacinação, a Prefeitura de Manaus não se manifestou sobre o assunto.

Suspeitas de fraude

As médicas Gabrielle e Isabelle Kirk Maddy Lins tomaram a 1ª dose da vacina contra a covid-19 ainda em janeiro, logo após a chegada do primeiro lote da vacina a Manaus, sem que estivessem dentro do plano de imunização do Ministério da Saúde para vacinação prioritária de profissionais do grupo de risco no combate à pandemia.

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No dia 21 de janeiro, o Ministério Público Federal (MPF) abriu investigação para apurar quem furou a fila da vacinação na capital. Entre os investigados estão as “irmãs Lins” que seriam ouvidas para esclarecerem os fatos.

Além delas, também tomaram a primeira dose da vacina, sem estar em grupo prioritário, a secretária municipal de Saúde, Shádia Fraxe e o secretário municipal de Limpeza Pública, Sabá Reis. Estes dois ainda não tomaram a segunda dose, de acordo com a consulta no site Imuniza Manaus.

A situação é a mesma para o empresário Bento Martins de Souza e sua esposa, Jane Soares Pereira, donos de uma empresa de alimentos, que foram vacinados no Hospital e Pronto-Socorro da Criança da Zona-Sul.

Registro de que as “irmãs Lins” tomaram a segunda dose