Manaus, 3 de maio de 2024
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Manaus, 3 de maio de 2024

Cidades

Justiça manda Susam garantir remédio para crianças com leucemia

Justiça manda Susam garantir remédio para crianças com leucemia

Susam (Reprodução)

No último domingo, 22, foi concedida uma liminar determinando que a Secretaria de Estado da Saúde (Susam) proveja o medicamento Asparaginase de Erwina a três crianças que realizam tratamento contra a Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA).

A medida veio em resposta à ação movida pela Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) em março deste ano, após duas crianças apresentarem reação alérgica a medicação Leuginase, usada atualmente pelo estado. 

(Foto: Divulgação)

A liminar foi expedida pelo juiz de Direito Roberto Hermidas de Aragão Filho, ao determinar que “a requerida proveja a medicação Asparaginase de Erwínia), nas dosagens estipuladas na prefacial ou enquanto durar o tratamento dos autores, no prazo de dez dias, já levando em consideração os trâmites burocráticos de importação”, disse no documento. O juiz acrescentou que o não cumprimento acarretará na multa diária de R$ 50.000 (Cinquenta Mil Reais) e bloqueio de verbas públicas no montante de R$ 534.356,35 (Mais de 534 mil reais).

O defensor público Arlindo Gonçalves dos Santos Neto, da Defensoria Especializada na Promoção e Defesa dos Direitos da Saúde, responsável pelo caso, afirmou que a liminar concedida é importante porque ser a garantia da continuidade do tratamento e, consequentemente, à vida das crianças. “As mães estavam em situação de vulnerabilidade muito grande, sem saber como conseguir esse medicamento. Então a defensoria forneceu suporte jurídico e no plantão de domingo recebemos a liminar”, afirmou o defensor. 

Dona Lucilene Vieira da Silva, 46, é avó de Jhordan Williams da Costa, 5 anos, um dos pacientes que apresentou reação ao medicamento. Após o “susto”, expressão usada por ela, o seu neto aguarda a sessão de quimioterapia com o novo medicamento. “O Jhordan, na primeira dose de Leuginase, já teve reações muito fortes. Teve inchaço, bolhas pelo corpo, febre e outros sintomas. A família se reuniu e decidimos não deixá-lo de receber a segunda dose”, afirmou a avó.

Segundo ela, funcionários do Hemoam, onde o menino faz tratamento, chegaram a informá-la que ela poderia responder criminalmente por omissão de socorro. “Mas o médico havia me explicado que a criança fica fraca, então temos que procurar entender sobre os medicamentos, o tratamento, e os sintomas que as crianças apresentam, porque tudo acontece muito rápido”, disse Lucilene, explicando que após se informar dos danos causados ao seu neto, procurou a DPE-AM. 

O defensor Arlindo Gonçalves destacou a importância humanitária do órgão. “A Defensoria é um suspiro de esperança para a população, e nesse caso, de suporte a vida”, afirmou. “Tínhamos muito medo de que o resultado da ação demorasse a sair, porque estamos falando de um tratamento que ainda não começou e de uma doença que é muito rápida. Mas graças a Deus, tivemos o suporte da defensoria e a liminar saiu”, finalizou a avó de Jhordan.

 

 

*Com informações da Assessoria