Manaus, 4 de maio de 2024
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Manaus, 4 de maio de 2024

Cidades

Líderes indígenas articulam força-tarefa de três meses no Vale do Javari

A Unijava afirma que as comunidades da região continuam a receber ameaças após oito meses do assassinato de Bruno Pereira e Dom Phillips

Líderes indígenas articulam força-tarefa de três meses no Vale do Javari

Vale do Javari concentra maior população indígena isolada do Brasil (Foto: Divulgação/PF)

MANAUS – A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Unijava) sugeriu ao governo federal que seja criada uma força-tarefa, com permanência de, no mínimo, três meses na região amazônica. Autoridades de primeiro e segundo escalões devem visitar a região no próximo dia 27.

Conforme informações do site O Globo, a megaoperação já foi aprovada pelo governo federal. As ações de logística serão coordenadas pelo Ministério da Defesa com apoio das pastas da Justiça, dos Povos Indígenas e dos Direitos Humanos, além da Polícia Federal, Ibama, Funai e Sesai.

De acordo com o ofício enviado no último dia 7 ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, a ideia da força-tarefa é “marcar a retomada do Estado na região”. Devem participar também a Força Nacional, e o IBAMA, além dos povos indígenas.

“Ainda sugerimos que ao tempo em que prepara subsídios para a presença mais ostensiva no Vale do Javari, que as ações da Força Tarefa na região sejam articuladas por meio de um Grupo de Trabalho coordenado pelo Ministério da Justiça, e de igual maneira, que sua coordenação se dê pelo Ministério da Justiça ou Ministério dos Povos Indígenas”, diz o documento.

Conforme lideranças indígenas, as comunidades da região continuam a receber ameaças após oito meses do assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips.

“A ausência do Estado na região tem fortalecido a presença de grupos criminosos que alteram a paz na
região e ameaçado nossas lideranças”, diz outro trecho do ofício.

Início da operação

Os agentes vão desembarcar em Atalaia do Norte (AM) no próximo dia 27 de fevereiro. Militares da Marinha já estão no local.

Devem cumprir agenda na regiãos os ministros Flávio Dino (Justiça), Sonia Guajajara (Povos Indígenas) e Silvio Almeida (Direitos Humanos).

A presidente da Funai, Joênia Wapichana, e o secretário de Saúde Indígena (Sesai), Ricardo Weibe Tapeba, também vão acompanhar a operação.

Nomeação

Beatriz Matos, a viúva do indigenista Bruno Pereira, foi nomeada na última terça-feira (14) para exercer um cargo de direção no Ministério dos Povos Indígenas. A nomeação foi publicada no “Diário Oficial da União”.

Beatriz será diretora do Departamento de Proteção Territorial e de Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato da Secretaria de Direitos Ambientais e Territoriais Indígenas.

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