Manaus, 5 de maio de 2024
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Manaus, 5 de maio de 2024

Brasil

Presos pelo assassinato de Dom e Bruno se tornam réus após denúncia do MPF

O Ministério Público Federal denunciou os três suspeitos por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver

Presos pelo assassinato de Dom e Bruno se tornam réus após denúncia do MPF

Foto: Divulgação

Manaus – Os suspeitos de participação na morte do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, no Vale do Javari, em junho, foram denunciados pelo Ministério Público Federal por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver. A denúncia foi apresentada nessa quinta-feira (21) ao juízo da Subseção Judiciária Federal de Tabatinga.

Os três denunciados pelo MPF são Amarildo da Costa Oliveira, conhecido pelo “Pelado”, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Dantos”, e Jefferson da Silva Lima, conhecido como “Pelado da Dinha”. Com a denuncia, os três deixam de ser investigados e se tornam réus.  

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No documento, o MPF explica que Amarildo e Jefferson confessaram o crime, enquanto Oseney teve a participação comprovada por depoimentos de testemunhas. A denúncia traz ainda prints de conversas e cita os resultados de laudos periciais, com a análise dos corpos e objetos encontrados. De acordo com o MPF, já havia registro de desentendimentos entre Bruno e Amarildo por pesca ilegal em território indígena.

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Fotos: Divulgação

O que motivou os assassinatos foi o fato de Bruno ter pedido para Dom fotografar o barco dos acusados, o que é classificado pelo MPF como motivo fútil e pode agravar a pena. Bruno foi morto com três tiros, sendo um deles  pelas costas, sem qualquer possibilidade de defesa, o que também qualifica o crime. Já Dom foi assassinado apenas por estar com Bruno, de modo a assegurar a impunidade pelo crime anterior.   

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O trabalho de apuração e elaboração da denúncia foi conduzido pela procuradora natural do caso, Nathália di Santo, lotada em Tabatinga, com a participação de quatro procuradores da República do Grupo de Apoio ao Tribunal do Júri: Samir Nachef Júnior, Edimilson da Costa Barreiro Júnior, Bruno Silva Domingos e Ricardo Pael Ardenghi. Vinculado à Câmara Criminal do MPF (2CCR), o grupo auxilia nas apurações de crimes contra a vida processados na Justiça Federal.

Os membros foram especialmente designados para reforçar a atuação do MPF tendo em vista a relevância do caso, que ganhou repercussão internacional, e a necessidade de se apresentar respostas céleres para uma região que registra conflitos crescentes.

De acordo com o coordenador da 2CCR, o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, o MPF segue acompanhando o processo e seus desdobramentos, além de outros episódios de violência registrados na região. O local de tríplice fronteira (Brasil, Peru e Colômbia) tem sofrido com o aumento do crime organizado.

(*) Com informações da assessoria