Pretendendo frear o desmatamento na Amazônia, o presidente Lula (PT) assinou, nesta segunda-feira (5), um novo plano de segurança. A medida, assinada no Dia Mundial do Meio Ambiente, em solenidade no Palácio do Planalto, ocorre após desgaste com a ministra Marina Silva, que viu a pasta comandada por ela ser esvaziada após decisão do Congresso Nacional.
O novo plano de segurança para Amazônia prevê medidas para combater crimes como grilagem de terras públicas, atividades ilegais de garimpo, extração de madeira, mineração, além de caça e pesca em territórios indígenas, áreas de proteção ambiental e no bioma como um todo.
“Esses crimes que degradam o meio ambiente são alimentados e, ao mesmo tempo, alimentam um verdadeiro ecossistema criminal. É o tráfico de drogas, de armas e de pessoas, a lavagem de dinheiro, o trabalho escravo, os assassinatos por encomenda e a exploração sexual de crianças e adolescentes”, destacou Lula.
A ação foi chamada pelo presidente de Plano Amazônia: Preservação e Soberania.
Lula fez diversas referências à proteção da Amazônia, durante o discurso demonstrando a centralidade da questão para as boas relações com os demais países.
O bioma está no centro da disputa política que contribuiu para enfraquecer Marina Silva recentemente.
Na última quinta (1º), a medida provisória que organiza os ministérios do governo, aprovada pelo plenário do Senado, retirou gerência da Agência Nacional de Águas (ANA) e o Cadastro Ambiental Rural (CAR) da pasta de Marina Silva.
Além disso, a ministra é contrária ao desejo da Petrobras em explorar petróleo na foz do rio Amazonas, no estado do Amapá.
Diferentemente de setores do governo, como o líder no Congresso, Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP), que, inclusive, anunciou sua saída do partido de Marina, o Rede Sustentabilidade, logo após defender estudos para a exploração de petróleo na região.
Meio ambiente voltou a ser tratado “prioridade”, diz Lula
Lula destacou que o governo dele fez o debate ambiental voltar a ser tratado como prioridade, pois “a sobrevivência, não só do nosso país, mas do nosso planeta, depende em grande medida da maneira como o Brasil cuida de seus biomas, sobretudo da Amazônia”, observou.
“Voltamos a ter uma política externa ativa e altiva, que nos torna novamente protagonistas das grandes discussões que envolvem a mudança do clima”, disse.
O presidente apontou que 87% da matriz elétrica brasileira é “limpa e renovável, contra uma média mundial de apenas 15%” e prometeu ampliar os investimentos em energia solar e eólica.
Lula reafirmou o compromisso assumido durante reunião no fim de maio do G7, no Japão. “O Brasil voltará a ser referência mundial em sustentabilidade e enfrentamento das mudanças climáticas. E cumprirá metas de redução de emissões de carbono e desmatamento zero”.
Entre as ações propostas pelo novo plano, Lula citou a criação da Companhia de Operações Ambientais da Força Nacional de Segurança Pública, a instalação de bases fluviais e terrestres integradas para o fortalecimento dos serviços de segurança pública na região, construção ou reforma de postos policiais, além de quarteis e delegacias em pontos estratégicos.
O Plano Amazônia: Preservação e Soberania prevê também aparelhamento e modernização de meios e infraestrutura dos órgãos de segurança pública que atuam na Amazônia Legal, a implantação do Centro de Cooperação Policial Internacional para a proteção da Amazônia e de centros integrados de comando e controle.
(*) Com informações do Correio Braziliense
LEIA MAIS:
Vereador de Manaus se irrita com declarações da ministra Marina Silva sobre BR-319
Arthur Lira diz que governo Lula sinalizou mudanças na articulação política
Marina Silva assume Meio Ambiente e cria a Secretaria do Controle do Desmatamento
Não deixe de curtir nossa página no Facebook, siga no Instagram e também no X.