O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta quarta-feira, 27, que o comércio internacional é uma guerra, e que quer que o agronegócio brasileiro cause raiva em políticos franceses. Ele deu a declaração em um contexto de tensão entre os produtores de carne do Brasil e o Carrefour.
A rede francesa de supermercados disse dias atrás que deixaria de vender carne do Mercosul no país europeu. “Nossos agricultores não querem morrer e nossos pratos não são latas de lixo”, chegou a dizer o deputado da UDR, de direita, Vincent Trébuchet.
O caso mobilizou o agronegócio e o governo brasileiro em uma rara convergência entre Lula e o setor, majoritariamente bolsonarista. “Eu quero que o agronegócio continue crescendo e causando raiva num deputado francês que hoje achincalhou os produtos brasileiros”, afirmou o presidente da República.
Segundo ele, será fechado o acordo entre Mercosul e União Europeia mesmo se a França não quiser – o protecionismo agrícola do País é o principal entrave.
“Comércio é uma guerra”, disse Lula.
Segundo ele, “nenhum país do mundo falará bem dos nossos produtos”.
Lula também defendeu encontros empresariais em países como Índia, Japão e Vietnã para diversificar os negócios brasileiros no exterior e atrair investimentos.
(*) Caio Spechoto e Luiz Araújo – Estadão
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