Manaus, 19 de março de 2025
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Manaus, 19 de março de 2025

Política

Maioria da bancada do AM silencia sobre venda de mineradora à China

A maioria da bancada do Amazonas permanece em silêncio sobre a venda da Mineração Taboca para um grupo chinês, ignorando possíveis impactos econômicos e estratégicos para o estado.

Maioria da bancada do AM silencia sobre venda de mineradora à China

Deputado federal paranaense Filipe Barros - Foto: (Mário Agra/Câmara dos Deputados)

Brasília (DF) – A compra da empresa peruana Mineração Taboca S. A. está sendo investigada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). A Mineradora foi adquirida pela China Nonferrous Metal Mining Group Co “Ltd”, no final de 2024.

O pedido de análise foi realizado pelo deputado paranaense Filipe Barros (PL) em dezembro. Enquanto Barros busca entender a compra de R$ 2 bilhões, apenas dois deputados que representam o Amazonas se posicionaram na época.

Nesta semana, o CADE instaurou o procedimento baseado no artigo 13, inciso V, Lei n.° 12.529/2011, além do regimento interno do órgão.

Conforme o documento encaminhado pelo parlamentar, a compra da mineradora pelo grupo chinês pode resultar na “concentração de mercado em minerais, impacto geopolítico e econômico”.

“Vamos começar a entender minuciosamente os interesses envolvidos na negociação bilionária que resultou na compra da Mineração Taboca por uma estatal da China e, quem sabe, até conseguir barrar esse processo repleto de suspeitas”, argumentou o parlamentar.

A Taboca é estratégica para o setor mineral do País, pois atua principalmente com estanho refinado. A empresa atua na mina do Pitinga, em Presidente Figueiredo (AM), que possui um estoque de minério para até 100 anos.

Apesar da principal exploração ser de estanho, a mina também produz nióbio, tântalo e elementos de terras raras usadas na fabricação de eletrônicos.

Posicionamento dos deputados do AM

Em 2024, o deputado federal Capitão Alberto Neto (PL) realizou um pedido de informação sobre a compra da mineradora. No documento encaminhado ao ministro da Defesa, José Múcio, o parlamentar questiona sobre a compra e afirma que é preciso respeitar a soberania nacional.

“A transferência de uma reserva dessa magnitude para controle estrangeiro suscita reflexões profundas sobre nossa capacidade de gerir e proteger nossas riquezas naturais. (…) Esses elementos são essenciais para diversas indústrias de alta tecnologia, incluindo a fabricação de turbinas, foguetes e baterias. A exploração responsável desses recursos poderia impulsionar significativamente o desenvolvimento econômico e tecnológico do Brasil,” afirmou no requerimento.

O parlamentar também solicitou a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso.

Já Fausto Junior (União Brasil) solicitou uma audiência pública à Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados para discutir o caso.

“Queremos esclarecer todas as dúvidas e garantir que as medidas adotadas tragam reais benefícios para a população local e para o país,” destacou o deputado.

 

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Ambos os parlamentares foram questionados sobre o resultado de suas atuações em relação à mineradora, mas até a publicação deste material, não houve retorno. O espaço segue aberto para manifestações.

 

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