Manaus (AM) – Parlamentares do Amazonas se manifestaram nas redes sociais sobre a venda da mineradora de urânio localizada na Mina de Pitinga, a 300 km de Manaus, por R$ 2 bilhões, à China. O caso tem gerado debates acerca da “soberania” e controle de recursos estratégicos no Brasil.
Entre os mais ativos na discussão, está o senador Plínio Valério (PSDB), que utilizou suas redes para criticar a transação. Em diversas publicações, o parlamentar apontou que a venda da mineradora de urânio em Presidente Figueiredo para uma estatal chinesa representa um risco à soberania nacional.
“A exploração de urânio é monopólio do Estado, e essa transação levanta graves questões sobre soberania e controle nacional. Enquanto barram a exploração de gás e potássio no Brasil, permitem a entrega de um recurso estratégico para uma empresa estrangeira. Estamos cobrando respostas”, escreveu o senador.
Além das críticas públicas, Valério afirmou que acionará o Ministério Público Federal (MPF) para apurar as circunstâncias da venda.
Diferente de Plínio Valério, os senadores Eduardo Braga (MDB) e Omar Aziz (PSD), ambos da base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não se manifestaram nas suas redes sociais até o momento sobre o assunto.
Nas redes sociais, Braga e Aziz concentraram suas publicações em outros temas, como a reforma tributária, cujo relatório é de responsabilidade de Braga, e a crise diplomática entre o Brasil e a rede Carrefour relacionada à comercialização de carnes brasileiras.
Deputados federais
Dos oito deputados federais do Amazonas, apenas Fausto Junior (União Brasil) e Capitão Alberto Neto (PL) se posicionaram publicamente sobre a venda da mineradora.
Fausto Junior anunciou, por meio de suas redes sociais, que apresentou um requerimento à Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados para a realização de uma audiência pública sobre o caso. “Queremos esclarecer todas as dúvidas e garantir que as medidas adotadas tragam reais benefícios para a população local e para o país”, declarou o parlamentar em publicação no Instagram.
Alberto Neto manifestou-se com cautela sobre o assunto, destacando os riscos estratégicos da transação. Segundo o parlamentar, a negociação colocaria o Brasil em uma “posição vulnerável”, deixando o país “exposto politicamente e cada vez mais dependente de potências estrangeiras como a China”, afirmou em publicação nas redes sociais.
À imprensa, Alberto Neto revelou ter solicitado a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o processo de venda, que ele descreveu como a entrega da “maior reserva de urânio do Brasil para a China”. O parlamentar destacou que a transação ameaça a “soberania” e a “defesa” nacional.
Sobre a venda
A transação em questão envolve a venda da mineradora Mineração Taboca S.A., produtora de estanho localizada no interior do Amazonas, para a empresa China Nonferrous Trade Co. Ltd., subsidiária de uma estatal chinesa.
A Constituição Federal, por meio da Lei n.º 14.514, estabelece que a exploração de minerais nucleares é monopólio da União, devendo ser realizada exclusivamente pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB).
Em resposta às informações divulgadas por uma agência de checagem de fatos, a INB emitiu uma nota oficial à Agência Aos Fatos, esclarecendo que não houve venda de “nenhuma mina de urânio na região de Pitinga”, localizada no Amazonas.
Confira a nota da INB na íntegra:
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