
(Foto: Divulgação/ redes sociais/ shopping Manauara)
Manaus (AM) – Com 15 anos em atividade na capital amazonense, o Manauara Shopping já foi palco de diversos problemas, além do assalto à mão armada ocorrido no último sábado, 14, quando quatro homens assaltaram uma loja de joias e artigos de luxo. As cenas em que policiais das Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam) aparecem atuando, inclusive, com troca de tiros, no entanto, foram vistas pela primeira vez.
O Manauara também já teve um segurança morto a tiros, Elias Pinheiro Ladislau, que atuava para uma empresa terceirizada. Conforme informações repassadas pela polícia, um carro prata parou na rua Rui Alberto Costa Lins, bairro Adrianópolis, ao lado do shopping – momento em que um suspeito desceu do veículo, se aproximou do segurança para pedir informações e efetuou, pelo menos, um tiro na cabeça dele. A situação aconteceu em uma das docas que dá acesso à praça de alimentação do centro de compras, na área de serviço de entregadores de delivery.
As situações detalhadas, assim como outras, colocam em xeque a segurança de centros comerciais privados. Após o assalto, políticos e até pessoas comuns, sem interesse em cargos públicos, comentaram o episódio e a segurança de estar em um local público.
“O episódio de hoje no Shopping Manaura, um local de alto padrão na nossa capital, é apenas mais um reflexo da situação de insegurança que estamos vivendo em Manaus e no interior do estado”, disse o deputado federal Adail Filho.
“Tiroteio no shopping Manauara. A insegurança está generalizada, nos bairros, nos shoppings, em todos os lugares. O Brasil, em especial o Amazonas, precisa enfrentar com inteligência e planejamento esse problema de uma vez por todas”, escreveu Braga em uma rede social.
Brigas
Frequentadores de shopping também relembram outros episódios que causaram medo. O contador Breno Costa lembra de uma briga generalizada no interior do shopping.
“Lembro de uma briga no início de 2022, quando um grupo de adolescentes marcaram de brigar dentro do shopping. Pelo menos foi isso que passaram para a gente. Depois dali eu fiquei com medo, porque no meio da confusão ne? Tinha muita gente naquele momento”, disse Breno.

Imagem de briga ocorrida no shopping 2022. Foto: Reprodução/ Instagram
A designer Suellen Fonseca também lembra de uma briga em um bar dentro do shopping: “Eu estava no shopping e lembro que me escondi em uma loja, que, inclusive, foi fechado no meio da confusão. Pareciam tiros”, disse ao AM1.
O episódio em questão foi em novembro de 2014 e, na época, o shopping negou que foram tiros no local. A administração, por meio de nota, afirmou que houve uma briga em um bar e garrafas caíram.
Medo
Distribuído por mais de 270 lojas, o Manauara shopping é um dos maiores shoppings da capital amazonense e um dos que mais recebem pessoas. Segundo o próprio shopping, são mais de um milhão de pessoas que passam pelo espaço por mês, o equivalente a uma média de mais ou menos três mil pessoas por dia, o que varia, já que os fins de semana geralmente são mais agitados.
O psicólogo Pedro Duarte destaca que a situação de insegurança pode atrapalhar principalmente os trabalhadores do local. Atualmente são mais de 300 empregos diretos que o shopping gera.
“Soube de uma funcionária que ficou de refém na situação do sábado, o que é realmente preocupante. Há pessoas que em situações como essa podem ficam traumatizadas por dias, e até com medo de sair de casa, o que exige a atenção de profissionais como psicólogos e até psiquiatras”, explicou.

Frame de vídeo de funcionária sendo feita refém no Manauara Shopping no sábado. Foto: Reprodução/ Redes sociais.
A pedagoga Sângela Santana, que gosta de frequentar shoppings, também diz que está com medo. “É uma situação que assusta, né? Eu sempre pensei que shoppings eram mais seguros do que ir ao centro, por exemplo. A verdade ao ver isso é que estamos todos vulneráveis.”
O Amazonas1 procurou o Manauara para obter mais informações sobre qual empresa faz a segurança do shopping e quais medidas estão sendo tomadas; não houve resposta. Por meio de nota, a administração do shopping afirmou que “reitera o compromisso em oferecer um ambiente cada vez mais seguro e preservar o bem-estar de seus clientes, investindo continuamente em equipes capacitadas, tecnologia de monitoramento e colaboração com as autoridades – visto que a violência armada e o crime organizado são questões relacionadas à segurança pública.”
A Polícia Civil do Amazonas ainda atua no caso; apenas uma pessoa foi presa. Também foram recuperados, pela Polícia Militar do Amazonas (PMAM), uma arma de fogo, quatro munições, um notebook cor cinza, seis relógios, quatro celulares e R$ 2.340,00 horas após o crime, na zona Norte de Manaus.
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