Manaus, 6 de maio de 2024
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Manaus, 6 de maio de 2024

Cenário

Manauaras se reinventam e transformam hobbies em renda durante pandemia

O Portal Amazonas1 conversou com três mulheres que se reinventaram e buscaram maneiras de driblar crise econômica durante a pandemia

Manauaras se reinventam e transformam hobbies em renda durante pandemia

A chegada da pandemia do coronavírus no Amazonas afetou a vida e a rotina da população de várias maneiras possíveis, empresários, industriários, artistas e autônomos tiveram as mesmas orientações: isolamento social e prevenção. Nesse período o manauara precisou se adaptar a novas rotinas de trabalho e se reinventar para driblar crises econômicas, por isso o Portal Amazonas1 conversou com alguns desses personagens para mostrar como está sendo essa realidade.

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A rotina em isolamento social trouxe para Sângela Oliveira (34) “um empurrão”, segundo ela, para se reinventar e mudar de profissão. A administradora que possui pós-graduação em mercado exterior, tinha atuação no distrito industrial, mas se afastou da área após ter a filha, quando a pandemia chegou no Amazonas e a quarentena foi decretada, Sângela sentiu a necessidade de mudar de profissão.

Atualmente a administradora estuda estética e realiza no próprio lar atendimentos voltados para a área.

“A pandemia trouxe um cenário para a gente de que tudo muda muito rápido. Eu tinha muita vontade de mudar de área, mas eu sempre tive medo de dar o primeiro passo. Então a pandemia veio e de repente víamos amigos, internações e até óbitos, começamos a ver como tudo muda rápido e isso me fez querer arriscar”, contou.

A estudante explica que por já ter ter cursos relacionados a área e com a ajuda de amigos, decidiu abrir na própria casa, portas para si mesma. No cômodo da casa, Sângela oferece atendimentos voltados para cuidados com a pele, como limpeza e clareamentos em geral. Os serviços são divulgado em seu Instagram.

“Decidi adaptar um cômoda da minha casa, que atendesse as normas de biossegurança. primeiramente comecei atendendo minhas amigas, mas ai começaram as indicações. Realmente me identifiquei com a profissão, já tinha vontade, sempre tive vontade mas o isolamento social da pandemia acabou sendo o empurrão que eu precisava para me reinventar”, diz a estudante.

Quem também se reinventou durante a pandemia foi a estudante de Artes Plásticas Sarah Isabel (21), que nesse isolamento transformou um hobbie que tinha desde criança em fonte de renda e empreendedorismo. Filha de artista plástico e musicista, o ofício envolvendo algum meio artístico já poderia ser previsto do berço, porém somente na pandemia a estudante viu a venda de suas obras explodirem.

“Se eu pudesse fazer uma comparação entre antes da pandemia e agora, eu posso dizer que eu vendo muito mais hoje do que antes. Com o isolamento veio o empreendedorismo e hoje vendo muito mais quadros do que antes. Tive que fazer uma coisas nas minhas redes sociais, meu Instagram hoje é bem dedicado às minhas obras”, explicou a artista.

Isabel chegou a estudar design e os pais tentaram afastar a ideia de ganhar a vida nesse meio, mas o ramo já estava fixado desde a infância. As obras da artista possuem traços muito ligados à cultura hip-hop e artistas musicais, as pinturas chegaram a ser expostas em alguns eventos da capital e podem ser compradas em feiras físicas e virtuais.

“Desenho desde criança, minhas influencias são muito ligadas aos meus próprios pais. Nas pinturas busco referências em artistas musicais, a maioria ligados ao Hip Hop e R&B. Falar de processo criativo durante a pandemia é loucura, no início tive muito bloqueio criativo por conta de ansiedade e estresse, mas depois esses sentimentos se tornaram inspirações e eu passei a criar bastante, foi mais que um processo criativo, foi um processo de autoconhecimento”, declarou a artista.

Para a jornalista Isabella Botelho, o isolamento social causado pela pandemia trouxe a oportunidade de por em prática um empreendimento que já era um hobbie desde muito cedo. Ao lado da mãe, Isabela montou na internet uma doceria e passou a elaborar cestas de doces e de cafés da manhã.

“Minha mãe sempre gostou muito de cozinhar e, em maio do ano passado, no pico da pandemia, ela passou a fazer doces para passar o tempo. Inicialmente, era para o nosso próprio consumo, no entanto, vimos a oportunidade de comercializar esses doces para ter uma renda extra”, explicou.

No Instagram, o perfil da Doceria de Casa já tem mais de 2 mil seguidores e já vem acumulando cardápios e clientes. Os pedidos são feitos por demanda e devem ser feitos com antecedência.

“Trabalhamos por demanda. Pelo fato de a maioria do nosso cardápio ser de produtos artesanais, pedimos que as encomendas sejam com 2 dias de antecedência. Além disso, a finalização de todos os pedidos são artesanais, desde o corte dos tecidos aos cartões personalizados”, disse Isabella.