Manaus, 26 de abril de 2024
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Cidades

‘Elefante Branco’ de Arthur Neto custou mais de R$ 17 milhões aos manauaras

O prédio inaugurado em agosto deveria funcionar como uma grande central de monitoramento de Manaus, porém, até agora nada

‘Elefante Branco’ de Arthur Neto custou mais de R$ 17 milhões aos manauaras

Foto: Márcio Silva - Portal Amazonas1

O carro-chefe da campanha do prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB) em 2016, o projeto de tornar Manaus uma “Cidade Inteligente”, ainda não saiu do papel. Até o momento, somente um ‘elefante branco’ que custou mais de R$ 17 milhões foi inaugurado pelo prefeito, para tentar fazer o projeto sair do papel nestes últimos meses do seu mandato.

Eleições

A inauguração do prédio ocorreu no dia 20 de agosto deste ano, com a promessa de começar a operar em outubro, mas essa meta foi adiada para a primeira quinzena de novembro.

O prédio foi inaugurado praticamente vazio, ainda por receber a instalação de equipamentos de vigilância, de informática e mobiliário. O custo total do investimento será de R$ 41 milhões, conforme informação da Prefeitura de Manaus.

‘Presente de Grego’

Dentro dos R$ 41 milhões, a prefeitura desembolsou R$ 5,5 milhões para adquirir o terreno que antes pertencia a um posto de combustíveis. O custo pela área foi pago a título de desapropriação por indenização em processo movido em 2016.

“Sobre o terreno, a prefeitura esclarece que o mesmo, com matrícula imobiliária 8.930 registrada no Cartório de Registro de Imóveis e Protesto de Letras – 1º Ofício, com área de 2.831,92 metros quadrados e perímetro de 242,84 metros lineares, foi adquirido, a título de desapropriação por indenização, em 16 de maio de 2016, dos proprietários do antigo Posto Tupinambá, ao valor de R$ 5,5 milhões. O Decreto Municipal de desapropriação é o de nº 1.707 de 14 de junho de 2012, publicado no Diário Oficial do Município (DOM)”, informou a Prefeitura de Manaus.

Leia mais: As promessas não cumpridas de Arthur Neto após oito anos na prefeitura

De acordo com a movimentação do processo no site do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), o terreno só foi regularizado para o nome da Prefeitura de Manaus em abril deste ano, conforme decisão do juiz Paulo Fernando de Brito Feitoza, da 4ª Vara da Fazenda Pública de Manaus.

Aditivo

Antes mesmo de a área estar regularizada no Cartório de Imóveis, o prédio do CCC já estava em construção. As obras iniciaram em novembro de 2019. O terreno foi desapropriado pela Prefeitura de Manaus após a conclusão do viaduto Antônio Simões, que fica entre as avenidas Umberto Calderaro (Paraíba) e Efigênio Sales, no bairro Adrianópolis, zona Centro-Sul.

Sobre o custo de construção do prédio, a previsão era de que a despesa fosse de R$ 9.316.176,68, mas ocorreu um aditivo de 25% sobre este valor, com o total ficando em R$ 11.645.220,85, de acordo com confirmação da Secretaria Municipal de Comunicação (Semcom).

Mais custos com equipamentos

O prédio do Centro de Cooperação da Cidade (CCC) ainda está sendo equipado. A prefeitura deve gastar R$ 24 milhões com o sistema de monitoramento e para mobiliar o prédio. Com este investimento o valor total do projeto vai chegar aos R$ 41 milhões.

No Portal da Transparência da Prefeitura de Manaus, é possível verificar alguns contratos que somam mais de R$ 10 milhões para instalação de Data Center, equipamentos de informática, móveis, internet por fibra óptica e telefonia.

Além desses custos, o Executivo Municipal ainda contratou, em março deste ano, por R$ 19 milhões, a empresa Agência de Interatividade e Marketing para prestar serviços para a Secretaria Municipal de Comunicação (Semcom).

De acordo com a Secretaria de Comunicação, o contrato faz parte do plano “Manaus Inteligente”. Um tipo de reforço para planejamento estratégico “Manaus 2030, que faz parte do programa Cidade Inteligente.

Este contrato possui duração de 12 meses e vai ser herdado pelo próximo prefeito de Manaus.

Plano dos sonhos

Segundo a Prefeitura de Manaus, o novo prédio vai funcionar como uma grande “sala de monitoramento” da cidade.

A ideia dos sonhos do prefeito Arthur Neto é a de que várias secretarias atuem em conjunto para acompanhamento, em tempo real, do trânsito, transporte, saúde, obras, educação, meio ambiente e áreas de risco da capital.

Contratos de mais de R$ 10 milhões

Contrato de R$ 19 milhões da Semcom