Manaus, 24 de abril de 2024
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Cidades

Empresários reduzem frota e culpam intervenção financeira

Cerca de 16,5% dos ônibus não estão rodando desde ontem e passageiros reclamam da longa espera nas paradas

Empresários reduzem frota e culpam intervenção financeira

(Divulgação)

No segundo dia de racionamento do transporte coletivo em Manaus, usuários do sistema reclamam da demora dos ônibus, da superlotação e do descaso com quem precisa deste serviço. A frota sofreu redução de 16,5% de veículos que estão desde segunda-feira, 16, parados nas respectivas garagens, numa iniciativa dos empresários do setor, que afirmam não ter previsão para que o serviço normalize. Atualmente, conforme dados da Prefeitura de Manaus, a frota de ônibus do transporte coletivo é de 1.356 veículos.

Conforme o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram), empresários alegam que não têm dinheiro para manter o serviço em funcionamento 100% e o motivo seria a intervenção financeira decretada pelo prefeito Arthur Neto (PSDB), há 2 meses.

Em nota, o Sinetram afirma que “o sistema de transporte coletivo está se esforçando para manter a operação da frota com a receita disponível” e que, já acionaram os responsáveis pela intervenção financeira sobre o motivo dessa redução.

Todas as zonas da cidade foram afetadas com a medida. A estudante do Ensino Fundamental, Eduarda Nonato, disse que não sabia da redução foi pega de surpresa, junto com amigos, ao saírem da escola, no bairro Cidade Nova, Zona Norte de Manaus.

“Eu saí cedo da escola hoje e o ônibus que costuma passar em 15 minutos para me levar pra casa, demorou mais de uma hora, e os alunos saíram cedo, todos nós ficamos esperando na parada e nada”, informou a estudante.

Por meio da assessoria de imprensa, o Sindicato dos Rodoviários informou que “todos os rodoviários estão indo trabalhar normalmente, mas estão sendo avisados de redução de frota, eles ficam na garagem esperando, e pode durar toda semana”, disse.

A reportagem procurou o Instituto Municipal de Transportes Urbanos (IMMU) para repercutir a redução da frota de ônibus, mas até a publicação desta matéria não obteve retorno.

Intervenção

A intervenção financeira foi decretada pelo prefeito Arthur Neto no dia 22 de julho deste ano, com prazo de 90 dias e, já se passaram 58 dias.

A medida, segundo defendeu o prefeito à época, tem o intuito de saber onde estava se destinando o dinheiro pago aos empresários que não chegava nos funcionários, ocasionando pendências de pagamentos aos colaboradores, gerando paralisação. O interventor responsável é Francisco Bezerra.