Manaus, 26 de abril de 2024
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Cidades

Médico brasiliense relata situações dramáticas em hospital de Manaus

'Me perguntam se é verdade o que está sendo retratado todos os dias pela imprensa. Eu digo: é verdade! É isso tudo mesmo', garante Isaac Sanglard.

Médico brasiliense relata situações dramáticas em hospital de Manaus

reprodução: divulgação

Acostumado com desafios em sua área, o médico emergencista Isaac Sanglard topou encarar mais uma jornada: atuar voluntariamente, por dez dias, na cidade de Manaus, no Amazonas, para ajudar no atendimento aos pacientes com a Covid-19.
Atuando há quase dois anos na Emergência do Hospital Regional de Taguatinga (HRT) e atendendo a casos graves  nos plantões, Sanglard decidiu trocar um possível descanso da rotina de trabalho, em que poderia usufruir do banco de horas positivas, para salvar vidas juntando-se à equipe da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS).
“Me perguntam se é verdade o que está sendo retratado todos os dias pela imprensa. Eu digo: é verdade! É isso tudo mesmo”, afirma. Ele conta que, com o passar dos dias, os insumos foram diminuindo e, no último plantão, já não havia ventilador para todos os pacientes. “Cheguei ao ponto de escolher quem usaria o ventilador”, lembra.
Rotina
Sanglard esteve no Hospital Delphina Aziz, referência no atendimento a pacientes com coronavírus na capital do Amazonas. A decisão de embarcar para outra cidade partiu dele e recebeu apoio da direção do HRT. “Me cadastrei e fui convocado para me juntar à segunda equipe da missão. Cheguei lá no dia 23 de abril e trabalhamos dia sim e dia não”, relembra.
Para o diretor do HRT, Wendel Moreira, o médico “é um profissional acima da média e foi heroica a atitude dele de se dispor a enfrentar esse grande desafio em um cenário, até então, desconhecido. Ele é um grande emergencista, chamou para si a responsabilidade, mostrou grande valor como profissional e voltou de lá enriquecido de novas experiências. Sem dúvidas, todos ganhamos com isso”, destaca.
Aprendizado
“Depois dessa experiência, me considero melhor preparado para lidar com a Covid-19. Eu estava lá, participei e ajudei de alguma forma. É uma situação de calamidade, completamente nova. São protocolos que ainda não estão bem definidos, uma doença nova. Cheguei a Manaus, em uma situação de incerteza, na qual você tem que se adaptar e precisa pensar e agir rápido”, afirma o emergencista.
O médico aproveita e orienta a população a ficar em casa. “Cuidem-se, fiquem em casa e saiam somente para o que for fundamental. Não é brincadeira”. Aos colegas da medicina, ele deixa um recado: “para quem está trabalhando diretamente com a doença, eu sei que estão cansados. Tentem segurar a onda, é assim, todos se ajudando, espero que passe logo”, conclui.
(*) Com informações do Correio Braziliense