Manaus, 2 de maio de 2024
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Cenário

Mayara quer que Wilson compre aviões para conter queimadas

A proposta de Mayara, de acordo com o cientista político Helso Ribeiro, geraria um custo exorbitante ao Estado.

Mayara quer que Wilson compre aviões para conter queimadas

(Fotos: Divulgação/FAB/Alex Pazuello/Secom)

Manaus (AM) – O estado do Amazonas enfrenta uma estiagem severa neste ano e as principais consequências desta são as queimadas, a seca e temperaturas acima do normal. Pensando nisso, a deputada estadual Mayara Pinheiro (Republicanos) disse que enviou um requerimento ao Estado, pedindo a compra ou locação de aviões para conter as queimadas no interior.

De acordo com a parlamentar, que publicou um vídeo em suas redes sociais, “o uso desses aviões seria a solução mais ágil e um reforço para a equipe, já que o lançamento de água pode combater os incêndios diretamente, amenizar o calor e a altura das chamas, além retardar o avanço do fogo e fumaça proveniente do mesmo”.

 

Procurada pela reportagem, a parlamentar não se manifestou se esta medida realmente é necessária, visto que o governo estadual já traçou estratégias junto ao governo federal para levar suporte e insumos para as populações mais afetadas pela estiagem por não ter recursos suficientes para tal situação emergencial.

Para o cientista político Helso Ribeiro, a compra de aviões geraria um custo exorbitante e o governo, talvez, nem teria condições de fazê-lo.

“Ao  propor isso, aparentemente, ela [deputada Dra. Mayara] está tentando solucionar o problema. Mas, avião, para conter queimadas, tem um custo exorbitante e eu não sei nem se o estado do Amazonas teria condições para isso. Comprar, nem pensar. Alugar, acho que teria uma logística muito grande”, disse.

Ribeiro ressalta, ainda, que mesmo com boa intenção, comprar ou alugar aviões não resolveria o problema, de fato, apenas superficialmente.

“O território do Amazonas é maior que vários países da Europa juntos. Um aviãozinho não vai resolver nada. Dez aviões, também é pouco para combater as queimadas, é claro, já seria alguma coisa -, agora, isso tem um custo estratosférico”, afirma o cientista político.

“Eu penso que, enquanto não houver uma vontade política e soltar dinheiro do governo federal, é quase impossível combater isso. Dada a extensão territorial do Amazonas, acho que vai ter que ter logística, talvez, a utilização do Sipam, satélites, pois é algo extremamente complexo”, completou.

Limitações

Embora os deputados estaduais tenham vontade de trabalhar em prol de causas importantes como esta, segundo Helso, a competência legislativa dos parlamentares da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) é muito limitada e, por isso, eles trabalham com essas iniciativas, que parecem pouco, porém, importantes.

Por fim, o especialista ressalta que o problema das queimadas é, principalmente, a falta de políticas públicas voltadas ao manejo correto da terra utilizada por pequenos produtores rurais, que fazem queimadas para preparar o solo para seu plantio na época da seca na região, pois é um costume local. Além deles, pecuaristas também fazem queimadas para preparar o pasto no sul do Amazonas.

Como forma de resolver o problema, Ribeiro sugere que os poderes públicos se unam para conscientizar sobre essa cultura de queimadas, pois é o primeiro passo para evitar que o problema se agrave como vemos acontecer.

“Os deputados já poderiam pensar nessa questão [cultural], que não é fácil de resolver; mas está mais perto deles. E não adianta ser só os deputados, tem que ser a Prefeitura, o Governo do Estado para oferecer cursos, formação de como aproveitar melhor o terreno sem a necessidade de queimadas, um manejo racional, que por vezes, gera renda para o caboclo que antes queimava. Então, acho que os deputados estaduais poderiam agir nesse direcionamento”, sugere  Ribeiro.

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