Foto divulgação
MANAUS, AM – Racismo, machismo e uma longa luta pelo protagonismo circense, ‘ Minha avó era palhaço ‘ traz a história de Maria Alves dos Reis, primeira palhaça negra do Brasil. O documentário foi exibido nesta quinta-feira (22), durante o festival Lona Aberta, no Youtube da Companhia de Artes Cênicas.
Depoimentos, arquivos e pesquisas sobre o palhaço Xamego, personagem homem criado pela atriz Maria Eliza durante as décadas de 1940 a 1960, fazem parte da amostra. A direção ficou por conta da Mariana Gabriel, neta de Maria, e Ana Minehira.
Segundo Mariana Gabriel, cineasta, jornalista e palhaça, além de relembrar a história familiar e o relacionamento com o circo, a obra traz uma discussão sobre temas sociais, tais como os desafios e dificuldades de uma mulher negra tentando o sucesso nos palcos.
Leia mais ‘Vendo Boto’ é selecionado para festival de cinema da Região Norte
“Palhaço Xamego” se apresentava ao lado do marido e tinha Luiz Gonzaga como apresentador.
“Falar desse documentário é falar sobre a história da vida da minha avó, mas é também contar um pouco a história do circo no Brasil. Então., esse é um trabalho que fala dessa memória, da história da minha família, feita de artistas pretos e circenses que poucos sabem ou que pouco se ouve falar”, afirmou Mariana.
O resultado das entrevistas e consultas no acervo do Centro de Memória do Circo, até mesmo leitura de teses nacionais e internacionais, foi compilado em 52 minutos de duração.
“Minha avó era palhaço” já esteve em 11 estados brasileiros, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Paraíba, Alagoas, e também em Brasília, e já foi assistido por cerca de 7 mil pessoas.
A diretora e produtora do documentário, Ana Minehira ressaltou que produções como “Minha avó era palhaço” são necessárias para que outras pessoas se inspirem e iniciem projetos pessoais.
“A principal mensagem que o documentário traz é sobre a necessidade de fazermos o registro da nossa história e mostrar a importância de muitas pessoas, e principalmente os negros, na arte do Brasil. Nós lançamos o filme em 2016, mas essa história vem de muito antes, por isso que o trabalho de pesquisa é muito importante, mostrando as pessoas que fizeram história nas artes”, afirmou a diretora.
(*) Com informações da assessoria
Não deixe de curtir nossa página no Facebook, siga no Instagram e também no X.
