As vítimas foram crianças entre um a 4 anos (Foto: CondisiYY/Divulgação)
BOA VISTA, RR – O Ministério dos Povos Indígenas informou, nessa sexta-feira (20), que 99 crianças Yanomami morreram ao longo de 2022. A maioria das mortes foram causadas por quadros de desnutrição, pneumonia e diarréia.
A pasta estima ainda que ao menos 570 crianças yanomamis foram mortas pela contaminação por mercúrio, desnutrição e fome. O avanço do garimpo ilegal na região de Roraima, onde os indígenas residem, contribuiu com o atual cenário.
O Ministério da Saúde já decretou emergência de saúde pública. Neste sábado (21), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também desembarcou em Boa Vista para acompanhar os trabalhos dos ministérios dos Povos Indígenas e da Saúde na Terra Indígena Yanomami. Ele deve decretar estado de calamidade pública.
A visita do presidente Lula e das ministras da Saúde e dos Povos Indígenas foi após o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kuana, Junior Yanomami mostrar as fotos das crianças yanomamis para a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
“Fui em Brasília no dia 2 de janeiro e mostrei todas as fotos, viram as fotos e resolveram ir ver de perto a situação. Duas comunidades indígenas estão mais precárias. A região Surucucu e a minha, Uari”, disse Junior.
Conforme o indígena, as comunidades esperavam pelo decreto de emergência há cinco anos. “Muitas crianças morreram de fome e de doença nesse período. Tenho esperança que [o decreto] vai salvar o povo Yanomami”, afirmou.
Diagnóstico
Teve início nesta semana uma missão do Governo Federal na Terra Indígena Yanomami, área com mais de 30,4 mil habitantes. Sob o comando do Ministério da Saúde e com apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), a equipe fará um levantamento de informações para o diagnóstico sobre a situação da saúde dos indígenas.
Com o objetivo de mapear as demandas e necessidades de saúde da população indígena dessas áreas, os técnicos do Ministério da Saúde irão analisar a situação da saúde nas comunidades e saber quantos atendimentos foram prestados e quais insumos ainda estão disponíveis.
Com esses dados, a pasta vai elaborar um diagnóstico completo sobre o território indígena e definir as ações imediatas que precisam ser tomadas para superar o cenário de crise sanitária e fortalecer a atenção ofertada pelo Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami.
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