Manaus, 14 de junho de 2024
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Manaus, 14 de junho de 2024

Cidades

MP pede reforço policial em protesto de mulheres contra Bolsonaro

MP pede reforço policial em protesto de mulheres contra Bolsonaro

O Ministério Público Eleitoral (MPE), no Amazonas, solicitou ao Comando Geral da Polícia Militar (PM) o envio de informações, no prazo de 24 horas, sobre o esquema de policiamento que será organizado para garantir a integridade física e a segurança dos participantes do evento “Manifestação Mulheres Contra o Fascismo”, previsto para ocorrer neste sábado, 29, no Largo São Sebastião, Centro de Manaus. Nas redes sociais, as organizadoras do protesto afirmam que a manifestação é contra o candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL). 

Centenas de pessoas confirmaram presença no protesto pelas redes sociais (Reprodução)

No pedido do MP, o órgão considerou informações encaminhadas pelo coletivo feminista PartidAmazonas sobre programação de manifestação a favor do candidato a presidente da República Jair Bolsonaro no mesmo local e horário, representando risco de conflitos.

Uma vez que a manifestação “Mulheres Contra o Fascismo” já havia sido programado anteriormente, o MP Eleitoral ressalta no documento que todos são livres para se reunirem pacificamente em locais abertos ao público, “desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local”, conforme prevê a Constituição Federal. O documento, assinado pelo procurador regional eleitoral, Rafael da Silva Rocha, foi encaminhado na quinta-feira, 27.

A universitária de Comunicação Social e uma das organizadoras do evento em Manaus, Camila Oliveira, 25, declarou ao Portal Amazonas1 que, além de protestar contra Jair Bolsonaro, o Movimento condena as reformas trabalhistas que colocou diversas mulheres grávidas em situação de risco. “Repudiamos a incitação de violência contra a mulher e não aceitamos ser vistas como submissas. Trabalhamos, conquistamos o direito ao voto a duras lutas, e por isso somos fortes. Unidas derrotaremos o fascismo e o autoritarismo desse homem”, disse.

Movimento nacional

O evento “Manifestação Mulheres Contra o Fascismo” ocorrerá em vária partes do país amanhã, 29, e promete reunir mais de 1 milhão de pessoas nas ruas de várias cidades, tendo como slogan a hastegue #EleNão.

A hashtag #EleNão usada pelo movimento dispara nas redes sociais e inúmeras personalidades brasileiras e estrangeiras aderem ao movimento para barrar o avanço do fascismo no Brasil.  As organizadoras dão algumas dicas importantes para a segurança de todas as manifestantes:

 

Declarações polêmicas

A rejeição de grande parte das mulheres contra Jair Bolsonaro deve-se às declarações polêmicas que ele fez contra o público feminino, nos últimos anos, conforme exemplos abaixo:

“Não é questão de gênero. Tem que botar quem dê conta do recado. Se botar as mulheres vou ter que indicar quantos afrodescendentes” (Em entrevista em Pouso Alegre, questionado se aumentaria o número de mulheres no ministério, em março de 2018).
“Fui com os meus três filhos, o outro foi também, foram quatro. Eu tenho o quinto também, o quinto eu dei uma fraquejada. Foram quatro homens, a quinta eu dei uma fraquejada e veio mulher. (Palestra no Clube Hebraica, abril de 2017).
“A mulher luta muito por direitos iguais, legal, tudo bem. Mas eu tenho pena do empresário no Brasil, porque é uma desgraça você ser patrão no nosso país, com tantos direitos trabalhistas. Entre um homem e uma mulher jovem, o que o empresário pensa? “Poxa, essa mulher tá com aliança no dedo, daqui a pouco engravida, seis meses de licença-maternidade…” Bonito pra c…, pra c…! Quem que vai pagar a conta? O empregador. No final, ele abate no INSS, mas quebrou o ritmo de trabalho” (Entrevista ao Jornal Zero Hora, abril de 2015)
“Não, eu não contrataria. Mas tem muita mulher que é inteligente” (Ao responder uma pergunta se contrataria uma mulher, no programa Super Pop da  TV Record, em 26 de outubro de 2017).

(*) Com informações da Assessoria e Agências