Manaus, 8 de maio de 2024
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Cidades

MP prorroga investigação contra Rede Boas Novas por ocupação de terreno público

FBN teria se apossado em 2005 de uma área pública para realizar atividades religiosas.

MP prorroga investigação contra Rede Boas Novas por ocupação de terreno público

O Ministério Público do Amazonas (MP-AM) publicou no Diário Oficial, do último dia 18 de maio, uma portaria que prorroga em um ano, o Inquérito Civil n°06.2016.00003680-6, de 2016, que investiga a Fundação Boas Novas por ocupação irregular de um terreno público.

A investigação apura irregularidades na execução de um termo de convênio celebrado entre a Boas Novas, a antiga empresa ‘Pilão de Ouro Comercial Ltda.’ e a antiga Seinf, no valor de R$ 1,3 milhão.

De acordo com a denúncia, a FBN teria se apossado de um terreno para atividades religiosas de 2005 até pelo menos o ano de 2016. O termo de convênio, na época, previa a construção de quatro Unidades de Pronto Atendimento em Saúde (UPAs), nas zonas: Leste, Sul, Norte e Oeste de Manaus.

Por meio de pesquisas realizadas pelo Portal AM1, no site do MP, é possível verificar que essa é a 9a prorrogação do Inquérito, que tramita na Promotoria de Justiça Especializada na Proteção ao Patrimônio Público (78a Promotoria).

Outra informação é que o objeto do processo foi alterado. Antes, a investigação tinha o objetivo de apurar a possível doação irregular de imóvel a uma Igreja Evangélica, ou seja, a Assembleia de Deus do Amazonas (IEADAM), instituição religiosa ligada à Rede Boas Novas.

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Segundo o texto da publicação, a prorrogação se deu pelo ‘vencimento do prazo de tramitação do Inquérito’. Ainda segundo o documento, ‘diante o apurado até o momento, considera-se imprescindível à conclusão da investigação a realização das diligências determinadas’ por meio de um despacho do dia 13 de maio deste ano.

Um dos documentos obtidos no site do Ministério Público, mostra também que após a análise do processo foi constatada a ausência de documentos relevantes, como o Relatório Preliminar, Relatório Técnico Conclusivo, Parecer do MPC (Ministério Público de Contas), o Relatório/Voto e o Acórdão.

A publicação, que trata da nona prorrogação do processo, foi assinada no dia 17 de maio deste ano, pelo promotor de Justiça, Hilton Serra Viana.

Empresa envolvida

A reportagem pesquisou no site da Receita Federal informações sobre a empresa ‘Pilão de Ouro Comercial Ltda.’, inscrita no CNPJ 84.472.000/0001-84 e constatou que se encontra inapta atualmente por ‘omissão de declarações’.  Em pesquisa na internet, no endereço da empresa, aparece que ela está ‘fechada permanentemente’.

Já a Fundação Boas Novas, conhecida como Rede Boas Novas, que é ligada à Assembleia de Deus, aparece ativa em pesquisa no site da Receita Federal, inscrita sob o CNPJ: 84.541689/0004-02.

Segundo as informações, a Fundação Boas Novas foi aberta no dia 4 de maio de 2004 e tem como atividade econômica principal a ‘Atividade de televisão aberta’. O endereço que consta no comprovante de inscrição e de situação cadastral é: Avenida Brasil, N 987, Compensa 1.

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Sem sucesso

O Portal AM1 entrou em contato com a FBN, por meio de um endereço de email e um número de telefone que constam na página do Instagram da Fundação. Enviamos alguns questionamentos por email e também entramos em contato via aplicativo de mensagem.

Nos foi informado que a demanda seria repassada para o setor responsável, mas até o fechamento da matéria nossa solicitação não foi respondida.

Confira os questionamentos:

–  A Boas Novas está acompanhando essa investigação, que esse ano completa 17 anos?

– Vocês já disponibilizaram a documentação necessária para o prosseguimento do Inquérito?

– Nos autos do processo, se afirma que a FBN desde 2005 até meados de 2016 usou uma das unidades para atividades religiosas. O que vocês têm a declarar?

– Sobre a denúncia, vocês receberam o terreno por meio de doação para a Ieadam? Procede a informação?

– Vocês sabiam da prorrogação dessa investigação?

– Qual o posicionamento oficial da Rede/Fundação Boas Novas sobre o Inquérito?