Manaus, 2 de maio de 2024
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Manaus, 2 de maio de 2024

Cidades

Mulheres que inspiram: a força da mulher na defesa da Amazônia brasileira

Conheça a história de uma militar que se tornou a primeira combatente a concluir um dos cursos operacionais mais difíceis do mundo nas Forças Armadas.

Mulheres que inspiram: a força da mulher na defesa da Amazônia brasileira

Sargento Sara Louise em operações na Amazônia (Foto: Reprodução/Instagram/@saralouisegomes/Montagem Portal AM1)

Manaus (AM) – Celebrando mais um Dia Internacional da Mulher (8 de março), podemos encontrar mulheres inspiradoras em todas as áreas da vida. Na arte, ciência, negócios, política, esportes e até na segurança pública. Essas mulheres se destacam por sua coragem, resiliência, liderança e dedicação, e têm um impacto positivo em nossa sociedade.

E para marcar esse dia, o Portal AM1 conta a história de Sara Louise, de 26 anos, 3º sargento de Comunicações do Exército Brasileiro e a primeira mulher combatente a concluir o “Curso de Guerra na Selva” – um dos mais difíceis e temidos no mundo militar.

 

Compondo o seleto grupo de apenas três nomes, Sara Louise tornou-se a primeira militar combatente e terceira mulher a concluir o Curso de Operações na Selva categoria Charlie (COS-C), se tornando da elite dos combatentes de selva da Amazônia e do Exército Brasileiro.

Para melhor entendimento, o COS é um treinamento para militares, realizado pelo Centro de Instrução de Guerra na Selva (Cigs) e, hoje, é referência internacional para a categoria por apresentar complexidade e seletividade no treinamento que dura em média três meses.

História

Atualmente, o Exército Brasileiro (EB), por meio Cigs, já formou, ao longo de seus 60 anos de existência, 7.232 guerreiros de selva, sendo 642 combatentes de nações amigas [militares de outros países], até dezembro do 2023.

Durante todas as formações do Curso de Operações na Selva (COS), dividido em COS-A, para oficiais superiores; COS-B, para tenentes e capitães; e COS-C, para sargentos e sub-tenentes; apenas três mulheres concluíram o curso e possuem o título de “Guerreiras de Selva”, que são: Sara Louise, Elisângela Xavier e Lidiana da Costa.

Em 2010, as 3º sargentos do quadro de Saúde do EB, Elisângela Ferreira Xavier e Lidiana Reinaldo Jiló da Costa, entraram para a história da força terrestre por alcançarem a ‘Cara da Onça’, nome dado ao brevê do curso [distintivo usado por militares que concluem um curso de qualificação], mesmo sendo militares do serviço de saúde, o que elevou o nível de conhecimentos, pois também se especializaram na área de assistência hospitalar em combate. Após 13 anos do feito, foi a vez de Sara Louise conquistar o título das demais.

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Na imagem, da esquerda para a direita, terceiros sargentos, Xavier e Lidiana em sua formatura de brevetação do COS-C (Foto: Reprodução/CIGS)

Primeira mulher combatente

Sara, atualmente, serve no 2° Pelotão de Comunicações de Selva, em São Gabriel da Cachoeira (distante 852 quilômetros de Manaus) e o sonho de ingressar no COS surgiu ainda em sua juventude, após conhecer a história das duas sargentos citadas anteriormente, Xavier e Lidiane, que foram as primeiras mulheres a concluir o curso, mas concluir o Guerra na Selva, como a primeira combatente mulher, já que é do quadro de Comunicações, é motivo de orgulho para a militar.

“Quando eu vi que já tinham formado as primeiras guerreiras de selva, isso se tornou o meu sonho. Eu sempre fui apaixonada pela selva e me tornar militar me trouxe o sonho de servir na Amazônia. Sempre falei para meu pai que iria ser guerreira de selva, mas não imaginava que seria a primeira combatente”, disse.

A militar explicou como funciona o curso de guerra da selva e explicou o nível de técnica e preparação necessárias para lograr êxito nesta missão. “São três longos meses de curso, muito difíceis. A primeira fase é de sobrevivência, temos que aprender a sobreviver na selva. A segunda parte é de técnicas especiais, o que exige muito da preparação intelectual e a terceira fase é realmente voltada para as operações, onde aplicamos os conhecimentos adquiridos nas outras fases”, disse.

 

 

Quando questionada sobre a possibilidade de desistir do curso, Sara afirmou que nunca foi uma opção, pois já havia realizado muitos sacrifícios para conseguir o mérito e afirmou que os limites físicos, por ser mulher, podem, sim, ser superados com a determinação e força de vontade.

 

 

Homenagem

Esta matéria é uma singela homenagem a todas as mulheres que diariamente se mostram fortes e dispostas a vencer cada desafio que a vida coloca em suas vidas. O Portal AM1 deseja que todas as mulheres saibam o quão incríveis são e, por isso, deseja um ‘Feliz Dia Internacional das Mulheres!’.