Manaus, 17 de maio de 2024
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Manaus, 17 de maio de 2024

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Na Indonésia, parentes deixam defuntos em casa para trazer sorte

Ritual chocante dos Toraja, em uma região remota, ainda prevê que os mortos ganhem roupas, embelezamento e cigarros.

Na Indonésia, parentes deixam defuntos em casa para trazer sorte

Alguns povos possuem rituais um tanto esquisitos quando comparados aos nossos. O povo Toraja, que habita uma região montanhosa da Indonésia, é um deles. Anualmente, eles tiram um dia para cuidar visualmente dos mortos, lhes dão comida, cigarros e trocam as roupas. Tudo na mais absoluta normalidade. O fotógrafo Claudio Sieber registrou a mais recente edição do festival.

Cerca de 1 milhão de pessoas vivem na região, o que explica a grande quantidade de mortos. Segundo as crenças locais, a alma dos mortos permanece na casa onde eles viveram. Por isso, moradores locais utilizam técnicas para preservar o corpo mumificado o máximo possível, além de dar roupas e outros acessórios para preservar a beleza.

A região é um tanto remota, principalmente na ilha de Sulawesi do Sul. O processo de conservação já começa no dia da morte, com uma solução química chamada formalina é aplicada na carne dos defuntos. A mistura é formada por formaldeído e água.

Como o cheiro é muito forte, todas as casas já possuem plantas fortes e secas perto dos corpos para manter o cheiro o mais ameno possível. Segundo os costumes locais, um corpo bem preservado e apresentável é um sinal de sorte, além de prosperidade para seus parentes e os cuidadores do cadáver.

Em famílias mais ricas, o cadáver fica em uma “casa ancestral” na propriedade da família. Em famílias mais pobres, enrolados em cobertores em um cômodo da casa. O fato é que os parentes adiam o funeral o máximo que podem, às vezes por anos ou até décadas.

Os funerais também são caros, por estarem recheados de necessidades especiais. Custam até R$ 84 mil para famílias mais pobres e R$ 970 mil para os endinheirados, o que faz com que jovens saiam da cidade para arrumar dinheiro e nos últimos tempos os empréstimos bancários para funerais tenham explodido.

*Informações retiradas do R7