No primeiro depoimento que prestou à Polícia Civil sobre a acusação de abuso sexual contra Neymar, Najila Trindade não citou que o jogador teria se negado a usar camisinha no encontro dos dois em um hotel em Paris, no dia 15 de maio. Ela diz que foi vítima de estupro e agressão.
A suposta vítima esteve com a delegada Juliana Lopes Bussacos no dia 31 de maio, antes de o caso se tornar público. A Folha de São Paulo teve acesso ao teor do primeiro depoimento à polícia, quando Najila, 26 anos, registrou o boletim de ocorrência.
No relato, ela afirmou que “Neymar chegou por volta das 20h no hotel, aparentemente embriagado”. O depoimento informa que eles “começaram a trocar carícias, contudo, em determinado momento, ele passou a desferir tapas nas nádegas, quando a vítima pediu para ele parar”.
A transcrição do depoimento de Najila diz que Neymar parou após os apelos, mas, depois, “novamente começou a lhe desferir mais tapas, agora com maior intensidade. A vítima disse que, nesse momento, pediu para que Neymar parasse, dizendo ‘para, está me machucando’, contudo ele ignorou, ‘pegou-a’ força, puxou seus cabeços e, mediante violência, praticou relação sexual contra sua vontade”.
Uma semana depois, na sexta (7), ela prestou um novo depoimento. Segundo a TV Globo, Najila afirmou na delegacia que, após trocarem carícias, Neymar deu tapas nela. Depois, disse que o questionou sobre ele ter camisinha.
Segundo a Globo, Najila relatou no depoimento do dia 7 de junho que afirmou ao jogador que, sem preservativo, não haveria a penetração. De acordo com a suposta vítima, Neymar a segurou com força no quadril e fez sexo com ela sem consentimento.
A versão é igual à dada por ela na quarta (5), em entrevista ao SBT, na sua primeira declaração pública desde que registrou a ocorrência.
“Fui vítima de estupro. Agressão juntamente com estupro”, afirmou. Najila disse na entrevista ter alertado a Neymar que não queria ser penetrada, já que ele estava sem preservativo. Antes, ela disse que havia reclamado que o jogador estava agressivo. Ele ignorou seus apelos, segundo a suposta vítima.
No primeiro depoimento, assim como fez na entrevista, ela relatou que houve um segundo encontro com Neymar. No relato, Najila transcreve uma discussão que teria tido com o jogador. “A vítima afirma que Neymar lhe pedia para se acalmar e não criar “alardes” pois ele não poderia se envolver em polêmicas”, diz o documento da Polícia Civil.
Acusado de estupro, Neymar pode responder ao artigo 2013 do Código Penal. A pena em caso de condenação pode variar de seis a dez anos, sem contar os agravantes. O jogador também é investigado por ter vazado imagens da suposta vítima nua em rede social, crime que prevê pena de até cinco anos de reclusão.
Se a polícia apurar que houve falsa comunicação de crime, Najila pode ser condenada a uma pena que varia de um a seis meses, além de multa.
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