Manaus, 27 de abril de 2024
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Cenário

Nicson Marreira vai pagar R$16 milhões à empresa investigada por fraude em licitações

A decisão do prefeito de conceder um contrato significativo a uma empresa com histórico de irregularidades levanta questionamentos sobre a transparência e responsabilidade na gestão pública.

Nicson Marreira vai pagar R$16 milhões à empresa investigada por fraude em licitações

Prefeito de Tefé (Fotos: Divulgação/Marinha do Brasil-Tefé/Reprodução/Redes sociais - Nicson Marreira)

Manaus (AM) – Nicson Marreira (PTB), prefeito do município de Tefé (a 521 quilômetros de Manaus), vai pagar mais de R$ 16 milhões para construção de um muro de contenção de erosão à empresa Antonelly Construções e Serviços Ltda., que já foi investigada por fraude em licitações e corrupção.

O contrato, divulgado no Diário Oficial Eletrônico dos municípios do Amazonas, nesta quarta-feira (1°), visa à “contratação de empresa para execução de obras e serviços de engenharia para construção de muro de contenção de erosão fluvial na cidade”. Mas não há detalhes, por exemplo, em que parte de Tefé esse muro será construído, bem como as medições da estrutura.

No contrato firmado com a Prefeitura de Tefé, na última segunda-feira (30), a empresa vai faturar, do recurso vindo do governo federal, um montante total de R$ 16.330.303,08, em contrato com duração de 12 meses.

O Portal AM1 entrou em contato com a gestão do município para questionar por que contratar uma empresa que já foi de alvo investigações e saber mais detalhes da estrutura, mas a assessoria se limitou a responder que havia passado os questionamentos feitos pela reportagem para procuradoria, mas não obteve retorno.

Investigada

A Antonelly Construções e Serviços Ltda., empresa milionária, sob CNPJ de N° 04.718.687/0001-56, que, no documento publicado aparecia com número de registro diferente do declarado à Receita Federal, tem um capital social de mais de R$ 12 milhões e já foi alvo de uma operação do Ministério Público Federal (MPF) devido a um esquema envolvendo fraude de licitações e corrupção entre os anos de 2015 e 2019.

Segundo as investigações, o esquema era encabeçado pelos irmãos Adriano Marcelo Froz de Borba, Alberto Hudson Froz de Borba e Andrey Humberto Froz de Borba, este último consta como sócio-administrador da empresa Antonelly Construções e Serviços Ltda.

As fraudes em licitações dependiam da constituição de pessoas jurídicas de fachada em que havia outras duas empresas que simulavam concorrência para ganharem os contratos licitatórios ligados ao Distrito Sanitário Especial Indígena da capital rondoniense – todas elas ligadas direta ou indiretamente à empresa Antonelly.

A decisão do prefeito de Tefé de conceder um contrato significativo a uma empresa com histórico de irregularidades levanta questionamentos sobre a transparência e responsabilidade na gestão pública.

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