(Foto: SGB/Divulgação)
Manaus (AM) – Apesar de registrar elevações, os níveis dos rios do Amazonas continuam abaixo da normalidade para o período, conforme boletim de monitoramento hidrológico do Serviço Geológico do Brasil (SGB), divulgado nesta terça-feira (3).
O rio Negro atingiu a cota de 14,48 em Manaus, nesta terça. Conforme o levantamento, foram registradas elevações de 3 cm por dia, na última semana.
Em outros trechos da Bacia do Rio Amazonas, também é observada a recuperação dos níveis. O Solimões registrou subidas de 30 cm, em média, por dia na estação de Tabatinga e a cota chegou a 4,09 m. Em Fonte Boa, as variações diárias são de 6 cm e a marca atual é de 11,10 m. Na capital Porto Velho (RO), o rio Madeira atingiu 5,67 m.
No entanto, apesar dos registros, os níveis continuam abaixo da faixa de normalidade para o período.
“O ritmo de subida dos rios é regular, ou seja, está dentro do esperado. Mas as cotas ainda estão baixas como consequência da seca extrema, pois o pico ocorreu há pouco tempo”, explicou o pesquisador Andre Martinelli, gerente de Hidrologia e Gestão Territorial da Superintendência Regional de Manaus.
Seca histórica
O ano de 2024 marca um período histórico de estiagem no Amazonas, com o rio Negro e o rio Madeira registrando níveis de água abaixo dos observados em mais de um século. Em Manaus, a medição do rio Negro chegou a 12,11 metros em novembro, a menor marca desde 1902, segundo dados do SGB.
A capital amazonense, que depende do Negro para abastecimento de água e transporte fluvial, enfrentou consequências diretas da seca histórica, que afeta a vida das populações ribeirinhas. Segundo o SGB, a tendência é que os níveis continuem subindo nos próximos dias.
Municípios
As comunidades ribeirinhas são as mais afetadas pela estiagem. Em diversas localidades, o nível baixo dos rios impediu o acesso de barcos a pontos essenciais para o transporte de alimentos e medicamentos.
Além dos Sistemas de Alerta Hidrológico, o SGB oferece aos gestores públicos o Sistema de Informações de Águas Subterrâneas (SIAGAS). Esse é o principal banco de dados sobre poços no Brasil, que pode ser usado para identificar fontes de abastecimento.
O SGB também realiza o mapeamento de áreas de risco geológico, identificando e trazendo informações sobre áreas dos municípios sujeitas a perdas e danos por eventos de natureza geológica.
A ferramenta é importante para a tomada de decisões sobre redução de riscos, prevenção de desastres e ordenamento territorial.
Estimativa
Embora os níveis de água tenham começado a subir lentamente nas últimas semanas, a previsão do SGB é de que a recuperação será gradual.
A tendência, no entanto, é que a seca não seja totalmente superada a curto prazo. Para os próximos meses, espera-se um retorno das chuvas mais intensas.
Com informações do SGB
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