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No Globo de Ouro, filmes do streaming dominam com recorde de mulheres

Com a divulgação da lista, ficou claro que a pandemia trará impactos profundos para a temporada de prêmios que se inicia agora

No Globo de Ouro, filmes do streaming dominam com recorde de mulheres

Foto: Reprodução

A Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood anunciou, nesta quarta, os indicados à 78ª edição do Globo de Ouro, um dos principais prêmios americanos de cinema e televisão que, apesar de se repetir todo ano, em 2021 está bem diferente.

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Com a divulgação da lista, ficou claro que a pandemia trará impactos profundos para a temporada de prêmios que se inicia agora. A maior das mudanças está no domínio, de forma avassaladora, das plataformas de streaming entre os indicados de cinema. Com as salas fechadas em boa parte do mundo por causa da Covid-19, o Globo de Ouro seguiu o Oscar e permitiu que filmes não exibidos nos cinemas fossem elegíveis à premiação.

Foi com essa decisão inédita que a Netflix garantiu 22 indicações nas categorias cinematográficas, encabeçando a lista. Os dois filmes mais lembrados, “Mank”, seis vezes, e “Os 7 de Chicago”, com cinco menções, são produções do serviço. Ambos estão no páreo para o troféu de melhor filme de drama, enquanto entre as comédias e os musicais, a plataforma marca presença com “A Festa de Formatura”.

O Amazon Prime Video também não fez feio e conseguiu indicações importantes, principalmente para a comédia “Borat: Fita de Cinema Seguinte”, em melhor filme do gênero. Dos dez mencionados nas duas principais categorias do Globo de Ouro, seis são produções do streaming, com “Hamilton”, do Disney+, e “Palm Springs”, do Hulu, fechando a patota.

Mas é importante lembrar que isso não significa que essa nova mídia vai triunfar sobre os estúdios de cinema tradicionais, nem que esses filmes vão ganhar estatuetas do Oscar mais à frente. No ano passado, a Netflix liderou a lista de indicados a essa última premiação, mas foi para casa com só duas vitórias.

Ainda há esperança para os três longas de estúdios tradicionais, que penaram para chegar aos cinemas mesmo diante da pandemia. São eles “Meu Pai”, “Nomadland” e “Promising Young Woman”, em drama, e “Music”, em comédia ou musical.

O que também está diferente neste ano é a maioria de mulheres entre os indicados a melhor direção. Nos últimos 77 anos do Globo de Ouro, só cinco apareceram na categoria. Neste ano, mais três se juntam a elas, Regina King, por “Uma Noite em Miami”, Chloe Zhao, por “Nomadland”, e a estreante Emerald Fennell, por “Promising Young Woman”. Elas competem com David Fincher, por “Mank”, e Aaron Sorkin, por “Os 7 de Chicago”.

Em 2018, a atriz Natalie Portman subiu ao palco do Globo de Ouro para anunciar os indicados à estatueta de direção, destacando que a lista era toda masculina. Agora, parece que as críticas foram ouvidas pelos membros da Associação de Imprensa Estrangeira.

Por outro lado, a diversidade na área de atuação deixou a desejar, com Viola Davis e Andra Day como as únicas atrizes não brancas indicadas tanto em cinema, quanto em TV, de um total de 35. Entre os homens, são dez as nomeações com aceno à diversidade.

Na área de cinema, foram contemplados Daniel Kaluuya, Leslie Odom Jr., Lin-Manual Miranda, Dev Patel, Riz Ahmed e Chadwick Boseman. O último, morto em agosto passado, foi lembrado por “A Voz Suprema do Blues” e desponta como favorito ao Oscar.

O filme, aliás, se junta a “Judas e o Messias Negro”, “Uma Noite em Miami” e “Destacamento Blood” entre as produções dirigidas por e com maioria de atores negros que eram grandes apostas para a corrida de melhor filme, mas que não apareceram por lá. Foi um ano de muitas mudanças para o Globo de Ouro, mas parece que algumas faces da premiação continuam presas ao passado.

Os vencedores do evento serão conhecidos no dia 28 de fevereiro, numa cerimônia virtual apresentada por Tina Fey e Amy Poehler -só que uma estará em Los Angeles e a outra, em Nova York. Eles devem ajudar a antecipar alguns dos indicados ao próximo Oscar, que, também por causa da pandemia, teve sua festa empurrada para o dia 25 de abril, dois meses depois da tradicional data de fevereiro.

Vale lembrar que, com pouco prestígio devido ao número enxuto de votantes -são só 89- e às patacoadas que costuma cometer, que incluem até escândalos de compra de votos, o Globo de Ouro se tornou um termômetro para o Oscar muito mais pela publicidade que dá aos esperançosos da temporada do que pela sintonia com os membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, que distribui o homenzinho dourado.

 

(*) Com informações da Folhapress