Manaus, 2 de maio de 2024
×
Manaus, 2 de maio de 2024

Esportes

‘Nós vamos brigar até onde for possível’, dizem dirigentes do Rio Negro sobre sede

Na internet, fãs do clube e até torcedores de outros times contestam a decisão da presidência e divergem em opiniões

‘Nós vamos brigar até onde for possível’, dizem dirigentes do Rio Negro sobre sede

Foto: Divulgação

MANAUS – Após comparecer à coletiva de imprensa e estar ao lado do empresário coreano Song Un Song, que arrematou a sede do Rio Negro, o presidente do clube, Jefferson Afonso César da Silva Oliveira, decidiu voltar atrás e anunciou que pretende “brigar” pelo clube. O dirigente ignorou as promessas feitas pelo empresário de levar o time até o mundial de clubes e anunciou, por meio de nota oficial, que irá recorrer na Justiça sobre a validade do leilão.

Leia mais: Penarol sai na frente, mas reconhece qualidade do Nacional

Em 2013, o imóvel estava avaliado em R$ 8 milhões. Depois, em 2020, foi avaliado em R$ 9 milhões. As avaliações foram feitas pela Justiça do Trabalho. O lance vencedor do leilão, de Sung Un Song, foi de R$ 3,6 milhões, mais R$ 180 mil de comissões. Os advogados do clube vão à Justiça apresentando a alegação de que o preço, menos de 50% da avaliação, é considerado fora do valor de mercado.

Na internet, fãs do clube e até torcedores de outros times contestam a decisão da presidência e divergem em opiniões. Para muitos, a decisão da diretoria de ir na Justiça é fruto de pressão. O Portal Amazonas1 conversou com Marcelo Amil, um dos sócios-administradores do clube sobre o assunto.

Decisão por pressão

Amil, que também é advogado, confirma que a decisão é sim fruto de pressão vinda por parte dos próprios torcedores Rionegrinos. O advogado afirma que a resposta da diretoria chega tardia, mas vem após apelos não só de torcedores, mas também dos sócios do clube.

“Olha, a torcida exerceu pressão tanto a torcida, quanto os sócios proprietários do clube. Nós entendemos que o leilão teve ilegalidades e que ele tinha que ser combatido. Infelizmente, a resposta veio tardia, mas ela veio porque seria impossível não reagir. A torcida e os sócios proprietários não admitem esse leilão da forma como ele foi e nós vamos brigar até onde seja possível”, declara.

Entenda a dívida

Em outro momento, Marcelo Amil explicou ao Amazonas1 que a dívida trabalhista original, que provocou o leilão, é de apenas R$ 243.908,33. Em 2013, diante do pregão iminente, a Câmara Municipal de Manaus tombou o prédio. O tombamento considerou a sede “Patrimônio Material” de Manaus e o Rio Negro “Patrimônio Imaterial”.

Portanto, mesmo que mantenha a compra, Song Un Song só poderá reformar o prédio da Praça da Saudade, sem modificá-lo. E o uso só poderá ser para sede do clube Barriga Preta ou Galo Carijó.

“Prédio valia 9 milhões. Foi vendido por R$ 3.600 milhões para pagar uma dívida de R$ 240 mil. É surreal! Deram a nossa sede”, diz Amil.

Empresário

Song é considerado um dos maiores líderes do Polo Industrial de Manaus (PIM). O dono da Digitron e também da Fundação Mathias Machline chegou a declarar que buscaria apoio para reerguer o futebol rionegrino. O presidente afirmou que, dos quase 5 mil sócios, apenas 18 pagam as mensalidades. O empresário disse que a intenção seria sair da 2ª Divisão estadual e galgar os degraus até a Série A do Campeonato Brasileiro.

“Quero ver o Rio Negro disputando o Mundial de Clubes”.

Song ainda não se pronunciou sobre a decisão da diretoria do clube.