Manaus, 26 de abril de 2024
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Manaus, 26 de abril de 2024

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Baixo desempenho de Carlos Almeida em pesquisa gera crise e divide apoio para 2020

Nem a anistia das dívidas da Petrobras nem a independência entre os poderes. O motivo que levou ao racha, a base do governador Wilson Lima (PSC) na Assembleia Legislativa do Estado (ALE/AM) neste mês foi a falta de um consenso sobre o nome do vice-governador Carlos Almeida (PRTB) pela disputa à Prefeitura de Manaus em 2020.

Carlos Almeida em “agenda positiva” com os novos aliados, Omar Aziz e Eduardo Braga, no Congresso (Reprodução/Senado)

O risco de ter um nome do governo sem competitividade no próximo pleito começou a ser discutido de forma velada entre os governistas na última terça-feira, 10, quando o Instituto Pontual Pesquisas, do empresário Eric Barbosa, divulgou um estudo de intenção de votos. 

No levantamento, Almeida aparece em décimo lugar com apenas 2% da preferência dos eleitores. A pesquisa foi realizada nas seis zonas da capital amazonense no período de 29 de novembro a 5 de dezembro, com 1,2 mil entrevistados. A margem de erro é de 2,8%.

Cenário geral da pesquisa do Instituto Pontual para as eleições à Prefeitura de Manaus em 2020 (Reprodução/Portal Pontual)

O resultado surgiu como um “balde de água fria” para o vice-governador que tem trabalhado em uma agenda positiva em Manaus e em Brasília, sob a orientação de dois “velhos caciques” da política amazonense, os senadores Eduardo Braga (MDB) e Omar Aziz (PSD). A proximidade de Almeida aos dois políticos, também, vem dividindo os aliados.

Faltou diálogo do vice

Um dia após a divulgação do estudo negativo ao vice-governador, na quarta-feira, 11, o presidente da ALE/AM, deputado Josué Neto (PSD), e o vice-líder do governo na Casa, deputado Saulo Viana (sem partido), tiveram um “bate-boca” por conta da falta de entendimento sobre o projeto de lei do Executivo que perdoa R$ 1,7 bilhão em dívidas da Petrobras, já em execução.

A falta de afinidade sobre a proposta governamental se deu em decorrência da ausência de explicações de Carlos Almeida aos parlamentares. O vice-governador – que faz o papel de articulador entre o Executivo e o Legislativo – costuma ligar ou falar pessoalmente com os deputados, quando há projetos de grande relevância em votação.

Suspeita de conspiração

O nome de Carlos visto entre os últimos na pesquisa a prefeito de Manaus pode ter feito o vice-governador pensar que o estudo seria “manipulado” por “traidores” da base para desgastá-lo politicamente, levando-o a não  justificar a anistia da Petrobras na Assembleia, deixando os aliados desprestigiados. 

De um lado, o vice-líder do governo, Saulo Viana, tentou forçar a votação mesmo sem a participação direta de um articulador do Executivo. De outro, o presidente da ALE, Josué Neto, decidiu recusar a posse do governo em exercício para conduzir a sessão. Resultado: por falta de quórum, a votação foi suspensa e o presidente da ALE/AM foi acusado de influenciar o esvaziamento no plenário.

Negando o procedimento, Josué alegou que prefere discutir melhor a proposta de anistia da Petrobras porque recebeu contatos de outros poderes, como o Judiciário, para reavaliar o projeto. “Eu assumi o cargo pelo qual fui eleito para garantir a tramitação legal das matérias e independência entre os poderes e instituições”, declarou.

O ‘velho’ e o ‘novo’

A pesquisa do Instituto Pontual divulgada no último dia 10 de dezembro revelou, também, que os eleitores de Manaus estão desiludidos com o chamado “novo” na política.

Aos entrevistados da pesquisa foi perguntado se fosse para escolher entre o “Novo” e a “Experiência” nas próximas eleições municipais na capital amazonense, 51% dos entrevistados responderam que preferem um candidato experiente contra 29,4% que optariam por um candidato novo; 19,6% dos eleitores não souberam opinar.

Estudo mostra desilusão entre o novo e o velho na política amazonense (Reprodução/Portal Pontual)

Já o cenário completo das intenções de votos para a Prefeitura de Manaus em 2020, segundo o Instituto Pontual, ficou com o ex-governador Amazonino Mendes (sem partido), em primeiro com 22,5% das intenções de votos; em segundo, aparece o ex-deputado David Almeida (Avante), com 14,5%; e José Ricardo com 9,8%.

Em quarto lugar, o deputado federal Capitão Alberto Neto (PRB) com 7,1%, seguido pelo vice-prefeito de Manaus, Marcos Rotta (DEM) com 4,1% e o ex-deputado Luiz Castro (REDE) com 3%.

Com desempenho abaixo de 3%, ficaram a ex-deputada Conceição Sampaio (PSDB) com 2,8%; o vereador Chico Preto (DC) com 2,4%; o ex-senador Alfredo Nascimento (PL) com 2,2%; Carlos Almeida 2,0%; Bosco Saraiva 1,3% e a ex-senadora Vanessa Grazziotin com 1,1%.

Por fim, apareceu na pesquisa a prefeito de Manaus, o deputado federal Sidney Leite (PSD) com 0,8%; o superintendente da Zona Franca de Manaus (Suframa), Coronel Menezes (sem partido) com 0,5% e por último ficou o empresário Romero Reis (Partido Novo), com 0,2% das intenções de votos.