Defensora do protagonismo da mulher na política local e nacional, a ex-deputada federal Rebecca Garcia (PP) poderá ser obrigada a trair seu próprio discurso e obedecer às determinações de “caciques” para apoiar o governador Amazonino Mendes (PDT). A ex-parlamentar é apontada como vice de Amazonino, em uma provável chapa à reeleição.
No dia 22 de janeiro, Rebecca reuniu-se com o deputado estadual David Almeida (PSB), pré-candidato ao governo, para confirmar sua parceria com ele nas eleições gerais deste ano. A ex-deputada foi apoiada por David, quando ele estava como governador, na eleição suplementar do Amazonas, no ano passado.
Um mês depois, vestida de uma camisa em alusão ao movimento feminista americano #SheDecides, que em português quer dizer ‘Ela decide’, Rebecca mais uma vez falou de sua autonomia na escolha de alianças para essas eleições durante o evento de filiação de David Almeida ao PSB, no dia 22 de março.
Condições
No mês seguinte, em uma visível aproximação entre seu partido e de Amazonino, a ex-parlamentar negou os boatos de rompimento com o presidente da Assembleia Legislativa do Estado (ALE), mas dessa vez impôs condições para apoiá-lo ao conceder entrevista sobre o assunto, no dia 5 de abril.
“Tenho um acordo com o David de trabalhar, cada um para viabilizar sua candidatura. Depois, quem tiver melhor (nas pesquisas) teria o apoio do outro”, afirmou Rebecca, que já disse ter intenções de disputar o governo nas eleições deste ano.
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Proximidade
Rebecca Garcia apareceu, na sexta-feira, 25, mais próxima de Amazonino Mendes, do qual foi concorrente no ano passado. Ela prestigiou a inauguração do Centro Educacional de Tempo Integral (Ceti) Dom Jorge Edward Marskell, em Itacoatiara (distante 270 quilômetros de Manaus), evento comandado pelo governador.
Em contrapartida, Amazonino esteve presente na cerimônia de homenagem a Rebecca, na Câmara Municipal de Itacoatiara (foto acima), quando ele a elogiou: “Aqui está um homem que vai prestar homenagem a uma mulher que a gente tem respeito. Que foi deputada federal, superintendente da Suframa e se dispõe no cenário político com muita galhardia”.
Apesar de negar, aliados do governador disseram que a ex-deputada não terá outra saída, se não acatar a determinação de lideranças nacionais do PP e de seu próprio pai, o empresário Francisco Garcia, para se juntar a Amazonino.
‘Discípula’
Com a iminente mudança de lado, Rebecca Garcia já recebeu, no meio político, o apelido de “discípula” do ex-deputado Marcelo. Ramos foi acusado, no pleito do ano passado, de trair o próprio discurso ao se aliar ao senador Eduardo Braga (PMDB), do qual era adversário feroz. Resta a ex-deputada confirmar ou não a tese.
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