Manaus, 24 de abril de 2024
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Manaus, 24 de abril de 2024

Política

Omar diz que ‘ninguém pode obrigar’ a CPI a parar no recesso

Recesso parlamentar tem sido ponto de atrito entre a cúpula da CPI e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que é a favor da pausa

Omar diz que ‘ninguém pode obrigar’ a CPI a parar no recesso

Foto: Pedro França/Agência Senado

BRASÍLIA, DF – Sem citar nomes, o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), desafiou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmando que a comissão não vai parar suas atividades durante o recesso parlamentar.

Aziz ainda acrescentou que “ninguém pode obrigar” os senadores a paralisarem as investigações durante o recesso parlamentar e que os próprios membros da comissão não têm direito a férias, enquanto pessoas morrem vítima da Covid-19.

A questão do recesso parlamentar se tornou um ponto de atrito entre a cúpula da CPI e o presidente do Senado. Pacheco tem dito aos senadores que o recesso precisa ser respeitado. Acrescenta que a CPI pode manter a análise de documentos e diligências externas, mas o regimento impede sessões de depoimentos e votação de requerimentos.

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“Nós não temos o direito como senadores e senadoras de tirar férias enquanto pessoas estão morrendo. Nós não temos esse direito e ninguém pode nos obrigar a ter esse direito. Nós temos a vida toda para tirar férias”, disse Aziz.

“Agora não dá para tirar férias com pessoas sendo vítimas da Covid, pelo negacionismo, pela falta de espírito público, como eu tenho visto aqui servidores se reunir em restaurante para tratar de propina, como eu vejo a senhora, Regina Célia, que poderia ter feito esse relatório antes de tirar férias, mas esperou para terminar depois”, completou.

A referência a restaurante remete à reportagem do jornal Folha de S.Paulo, na qual o policial militar Luiz Paulo Dominguetti denuncia cobrança de propina para a compra de vacinas da Astrazeneca. O encontro teria acontecido em um restaurante em shopping de Brasília.

Aziz também se refere à depoente Regina Célia Silva Oliveira, fiscal do contrato da Covaxin, que autorizou o prosseguimento do processo, mesmo diante de indícios de irregularidades. A servidora falou em seu depoimento que seu relatório contrário apontando quebra contratual, por conta da não entrega das doses, estava pronto, mas apenas foi finalizado quando retornou de férias.

“Enquanto a senhora estava de férias, enquanto nós provavelmente estaríamos no recesso, estariam morrendo pessoas. Por isso iremos continuar em pleno recesso, iremos continuar trabalhando”, afirmou Aziz.

(*) Com informações da Folhapress.

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