Manaus, 2 de maio de 2024
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Cenário

Oposição mostra força e rejeita mais uma matéria de David Almeida na CMM

A votação, que aconteceu nesta quarta-feira (3), reprovou o pedido de urgência enviado à Casa com diferença de apenas um voto, com o placar de 19 a 18.

Oposição mostra força e rejeita mais uma matéria de David Almeida na CMM

(Foto: Mauro Pereira – Dicom/CMM)

Manaus (AM) – Inconformados com o reajuste de 1,25% no salário dos educadores da rede municipal da capital, a oposição ao prefeito na Câmara Municipal de Manaus (CMM) garantiu a reprovação de mais um projeto da Prefeitura de Manaus na Casa legislativa.

A votação que sucedeu nesta quarta-feira (3) reprovou o pedido de urgência enviado à Casa com diferença de apenas um voto, com o placar de 19 a 18. Os professores e profissionais de educação lotaram a galeria da CMM para acompanhar a votação e, também, para pressionar o Parlamento a votar contra o reajuste.

Na discussão, o vereador Rodrigo Guedes (Podemos), oposição ao prefeito David Almeida (Avante), votou contra o pedido de urgência ao alegar que este ainda tinha tempo hábil para ser analisado junto à categoria a fim de não prejudicar os servidores.

A oposição afirmou, ainda, que o pedido de urgência é uma estratégia do Executivo para pressionar os vereadores a votarem pela aprovação; porém, a proposta foi rejeitada, porque o Parlamento entendeu que esta precisa passar pela análise da Comissão de Constituição, Justiça e Redação, e que a categoria da Educação deveria ter sido consultada antes.

“A prefeitura colocou, aqui, o valor de 1,25% e eu recebi um documento dos próprios professores que já coloca um outro valor, que é de 1,85%. Então, esse projeto merecia ter vindo antes à Câmara Municipal, merecia ter tido todas as discussões com líderes sindicais, com todos os professores, para aí, sim, chegar e todos os vereadores estarem tranquilos por estarem votando algo que foi aprovado por eles. Então, o meu voto é contrário ao pedido de urgência”, destacou.

Professora Jacqueline (UB) classificou o pedido como “grande embuste” e “golpe”, ao afirmar que a proposta foi feita no sigilo, pois a categoria não foi consultada e nem a Comissão de Educação da CMM. “Isso é um golpe para os professores, porque um aumento de 1,25% que não dá para comprar uma cartela de ovo, não me agrada, e não agrada à categoria, com certeza!”.

‘Reaja’

Durante a discussão, o antigo líder do prefeito na Casa, vereador Marcelo Serafim (PSB), pediu para que Professor Samuel (PL), presidente da Comissão de Educação, reagisse contra o pedido do Executivo municipal.

“Vossa Excelência é presidente da Comissão de Educação desta Casa. Colocado pelo prefeito David, é verdade, foi um acordo que vossa excelência fez. Mas está na hora de vossa excelência reagir […]. Não permita que façam isso com os seus colegas. Vossa excelência foi educador durante muito tempo e não pode ter amarras neste momento!”, apelou o parlamentar.

No momento em que Marcelo usava a tribuna, Eduardo Alfaia (PMN), atual líder de David Almeida, e o vereador Raulzinho (PSDB) tentaram interromper o colega – o que gerou uma discussão acalorada entre eles. “Respeitem a minha fala, vossas excelências já não respeitam os professores. Respeitem pelo menos a fala de um vereador. [Vocês] sabem que o acordos políticos foram feitos nesta Casa”.

Por sua vez, Professor Samuel retrucou e afirmou ter se sentido ofendido por Serafim e o alfinetou sobre defender as mesmas causas na CMM quando este era líder do prefeito David Almeida. “Este mesmo vereador foi líder do prefeito atual e ele subia na tribuna para defender causas como essa. Eu via ele subir, e não adianta falar de comissão que um ou dois colegas falaram e ele defender causas piores!”.

Base defende

A base, por sua vez, defendeu o prefeito de Manaus. Gilmar Nascimento disse que por ser um ano de eleição, David Almeida enviou o projeto para a Câmara a fim de não cometer crime eleitoral.

“Esse ano é ano de eleição; e o prefeito mandou para esta Casa um projeto para alterar a data-base para poder adiantar e ajudar os professores. Ele adiantou isso, e está aqui o índice do IBGE e INP, que é de maio a dezembro de 2023. O prefeito poderia ter deixado para fazer isso ao final de 2024, e se o prefeito for fazer aumento acima disso, vai incorrer crime eleitoral”, argumentou o vereador.

 

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