Manaus, 4 de maio de 2024
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Cenário

Oposição pressiona após incêndio em feira e base aliada tenta minimizar o caos na CMM

A reforma da Feira do Santo Antônio foi debatida nesta terça-feira (5) na CMM e o vereador Rodrigo Guedes afirmou que o secretário de obras da prefeitura tem que parar de prometer o que não pode cumprir.

Oposição pressiona após incêndio em feira e base aliada tenta minimizar o caos na CMM

Feira do Santo Antônio volta a ser discussão na CMM (Fotos: Reprodução/CMM - Youtube/Divulgação/Sencom)

Manaus (AM) – Após o incêndio que afetou 18 boxes na feira do Santo Antônio, na zona Oeste de Manaus, no último domingo (3), o vereador Rodrigo Guedes (Podemos) usou a tribuna da Câmara Municipal de Manaus (CMM) desta terça-feira (5) para criticar a gestão municipal por prometer reformar a feira há dois anos e não cumprir com a promessa.

Guedes apresentou um vídeo no qual aparece o secretário municipal de Obras, Renato Júnior, fazendo a promessa de reforma e a entrevista dele no dia do incêndio, anunciando a reforma imediata após o ocorrido.

“Infelizmente, o que aconteceu é que o secretário mentiu para os feirantes, e não há nenhuma justificativa para um atraso de dois anos. […] Vou até relembrar a data, no dia 16/11/21, o secretário falou que, em 45 dias, iniciariam as obras dessa feira e, no domingo, agora, nós vimos essa feira em chamas”, afirmou.

O vereador prossegue questionando o motivo do atraso ao afirmar que os bens dos feirantes e dos bens públicos queimaram por causa da negligência do secretário Renato Júnior, e o classificou como “um grande fanfarrão”.

“Por que que só agem depois de uma tragédia acontecer aqui na cidade de Manaus? A gente vai ter sempre que atuar desta forma? Só remediando, só agindo depois do pior acontecer? Os bens dos feirantes e bens públicos queimaram pela negligência, mas muito mais que pela negligência, pela omissão e pela mentira do secretário, que enganou os feirantes”, argumenta.

Para o parlamentar, a declaração de Renato Júnior é “irresponsável e mentirosa” e “tem que acabar”. ” A obra de serviço que ele mostrou, ontem, mostra que era possível, sim, fazer essa obra. Não fizeram porque não quiseram”. Guedes também afirmou que “não vai ficar parado” e ver outras feiras pegarem fogo por falta de reforma.

O vereador concluiu sua fala dizendo que o secretário precisa de óleo de peroba para “limpar a sua cara, cara de pau”.

Diego Afonso (UB) também aproveitou a oportunidade para dizer que “está claro quais gestores fazem politicagem” e que a situação das feiras cobertas de Manaus é caótica e mandou os atuais gestores “pararem de politicagem e irem trabalhar”. Para ele, as obras realizadas na capital precisam de uma boa gestão e não de “gestores de “diretores e secretários de internet ou de mídia”.

Já o vereador Capitão Carpê (Republicanos), também oposição ao prefeito na Casa, afirmou que a gestão  municipal é uma “administração lambanceira”.

“É exatamente isso, o secretário vai no local fazer lambança, prometer e não cumprir. E além de você prometer algo e não cumprir, você brinca com o sentimento de esperança das pessoas. E o secretário chega lá, promete e não cumpre, critica quem quer fazer politicagem, ou seja, ele estava falando dele mesmo”, disse Carpê ao chamar o secretário municipal de Obras de hipócrita.

Outro ponto de vista

Para defender a Prefeitura de Manaus, o vereador Raulzinho (Avante), líder do prefeito na Casa legislativa, lembrou que a própria CMM aprovou uma lei que obriga a manutenção das feiras pela comissão gestora. Segundo o parlamentar, a comissão arrecada recursos dos permissionários e realiza a manutenção do local.

Raulzinho defendeu David Almeida das cobranças que os demais colegas de bancada faziam mais cedo na sessão ordinária. “Sabemos que, em todo modelo de prefeitura, de Estado, há um procedimento, há licitações e era praticamente improvável reformar todas as feiras de uma vez só. Será que a gestão ou o secretário Renato ou o secretário Vanderson queriam que essa feira pegasse fogo? É uma fatalidade”.

Rodrigo Guedes, mais uma vez, confrontou e mostrou documentos a Raulzinho, afirmando serem requerimentos e mensagens que enviou ao prefeito e ao secretário, em abril de 2021, em que cobrava manutenção do telhado na feira do Santo Antônio. “O valor que os feirantes pagam para a comissão é um valor ínfimo diante da necessidade da manutenção de uma rede elétrica e é até injusto jogar essa responsabilidade para a comissão dos feirantes”.

Elan Alencar (DC) apoiou o colega e disse que “nunca se teve, na história de Manaus, um prefeito que se interessasse, reformasse e desse dignidade para as feiras como na gestão de David Almeida”. Marcel Alexandre também afirmou que a reforma das feiras foram paralisadas devido à pandemia da Covid-19.

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