MANAUS, AM- Após a prisão do pai e da madrasta de um menino de 9 anos de idade, que era acorrentado e torturado no bairro Gilberto Mestrinho, na zona leste de Manaus, no início desta semana, a polícia divulgou o conteúdo encontrado no celular apreendido de um dos acusados.
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No aparelho, foram localizadas diversas mensagens trocadas entre o casal, indicando que o menino era vítima de maus-tratos. Nas conversas, eles combinavam surra e o acorrentamento da criança.
“Quando ele tomar banho, deixa ele preso e dorme amor”, escreve o homem de 32 anos em uma mensagem para a esposa, de 23. “Eu ainda agora falei que era 17:15, será que ele vai querer que bata nele para ir?”, perguntou a mulher. “Acho que sim”, respondeu o pai do menor.
Em outro print, a acusada também revela que “não quer ser presa” após a sogra dela ameaçar denunciar o casal. “Tua mãe falou naquela dia que ia denunciar porque ele tava magro”. Sem pensar duas vezes, o pai responde com tom de ironia: “Que denuncia nada”.
A madrasta ainda diz que para a criança não mijar mais na roupa “é só deixar o pinico com ele” e para não mexer em nada, ela recomenda manter o menor preso “o tempo todo”.
Em seguida, a mulher presa na segunda-feira (6) volta a falar em agressão como punição à criança e ameaça. “Isso se quiser continuar aqui. Fica a teu critério também, eu não sei então, já estou ficando doida.”
Outra conversa do casal, o pai da criança afirma que o filho “está passando do limite” e chega a cogitar deixá-lo com a mãe. “Tenho que conversar sério”, disse o homem a esposa.
Em um primeiro depoimento à Polícia Civil, o pai afirmou que torturava e acorrentava o garoto todas as noites, porque o menino urinava na cama da irmã mais nova e ainda tomava o iogurte dela. O casal segue preso e a criança permanece em um abrigo.
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