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Pandemia causou 1,4 milhão de gestações indesejadas, diz ONU

Pelo menos 12 milhões de mulheres, em 115 países, tiveram redução ou suspensão do acesso ao planejamento familiar

Pandemia causou 1,4 milhão de gestações indesejadas, diz ONU

(Foto: Eduardo Knapp/Folhapress)

O Fundo de População da Organização das Nações Unidas (UNFPA) publicou, nesta sexta-feira (12), pesquisa referente ao crescimento de casos de gestações não intencionais durante a pandemia.

De acordo com o estudo, pelo menos 12 milhões de mulheres, em 115 países, tiveram redução ou suspensão do acesso ao planejamento familiar. Consequentemente, o número de gravidezes sem intenção chegou a 1,4 milhão.

“O impacto devastador que a Covid-19 teve na vida de milhões de mulheres e meninas no ano passado reforça como é vital garantir a continuidade dos serviços de saúde reprodutiva”, enfatizou a diretora executiva do UNFPA, Natalia Kanem, em comunicado.

Os principais motivos enumerados pela entidade para justificar o aumento das gestações não planejadas são a dificuldade de diversas mulheres e famílias em ir às unidades de saúde próximas para procurar informações e medidas de contracepção.

Leia também: Depressão na pandemia: por que as mulheres são mais afetadas?

No entanto, a pesquisa aponta que o panorama inicial previa que ainda mais mulheres perderiam o acesso a atendimento público, em relação aos 115 países estudados. Isto é, no decorrer da pandemia, os sistemas de saúde, da sociedade civil ao setor privado, foram se adaptando para diminuir a carência em saúde reprodutiva e sexual.

“Desde governos, produtores a provedores de saúde, a cadeia de fornecimento de suprimentos mostrou sua resiliência, e logo se recuperou da falta de estoque que vimos nos primeiros meses da pandemia”, destacou Natália.

No Brasil

No caso do Brasil, a principal preocupação da entidade é em relação às regiões interioranas, de difícil acesso, como algumas no norte e nordeste do país. “Durante crises de saúde e humanitárias, são as pessoas em situação de maior vulnerabilidade que enfrentam possíveis rupturas em seu acesso a serviços. E é preciso lembrar que o acesso a contraceptivos, assim como atendimento em saúde reprodutiva, é um direito humano, e temos trabalhado para garanti-lo”, afirma a diretora executiva.

Uma das maneiras encontradas pela UNFPA para amenizar os impactos da pandemia em relação à saúde sexual de mulheres foi a implementação, em regiões isoladas, de teleconsultas com ginecologistas e obstetras. Para conseguir o equipamento necessário, a campanha, intitulada Saúde das Manas, que ocorreu no Pará, contava com doações de eletrônicos para o público assistido.

Neste ano, a expansão do projeto prevê a distribuição de métodos contraceptivos em residências cadastradas, nas cidades com baixo IDH.

 

*Com informações do Metrópoles