
Parlamentares da Aleam demonstram insatisfação com aprovação da reforma (Foto: Artur Gomes, Leandro Cardoso, Leandro Castro, Sandro Pereira, Hércules Andrade, Alberto César Araújo, Danilo Mello/Aleam)
Manaus (AM) – A aprovação da reforma tributária pela Câmara dos Deputados levou políticos do Amazonas a se pronunciarem, principalmente, porque esta tirou a maioria dos benefícios da Zona Franca de Manaus (ZFM). Segundo eles, o texto não levou em consideração pontos importantes para o principal modelo econômico e gerador de empregos do estado.
O levantamento realizado pelo Portal AM1, nesta sexta-feira (12), considerou publicações nas redes sociais dos políticos como o Instagram, Threads e o X (antigo Twitter).
O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), Roberto Cidade (UB), utilizou apenas o Twitter para expressar sua indignação com a aprovação do texto-base. O deputado e também pré-candidato à Prefeitura de Manaus considera a aprovação “absurda” e pede para que os senadores desfaçam esse “equívoco”.
Além de Cidade, o 1º vice-presidente da Aleam se pronunciou contra a reforma tributária nas suas redes sociais e até emitiu uma nota. Na postagem realizada no Instagram, o deputado estadual afirmou que a aprovação da reforma tributária na Câmara dos Deputados é nociva à Zona Franca de Manaus.
“O texto-base da Reforma Tributária, aprovado ontem no Congresso, apresenta sérias ameaças à Zona Franca de Manaus. A proposta não contempla adequadamente as especificidades e necessidades da nossa região, colocando em risco os benefícios fiscais que sustentam a economia local e a preservação da floresta amazônica”, explica Bessa.
Bessa apontou, também, a necessidade de apoio da bancada federal e dos senadores do Amazonas em defesa ao principal modelo econômico da cidade. “Peço o apoio da bancada federal e dos senadores do Amazonas para que juntos possamos defender os interesses da Zona Franca de Manaus e assegurar que nossa região continue a prosperar”, completou o deputado.
O líder do governo na Aleam, deputado Felipe Souza (PRD), usou o Instagram para se pronunciar. Assim como os demais, Souza afirma que a votação da Câmara dos Deputados prejudica diretamente o Amazonas. Além disso, destacou seu alinhamento com o governador Wilson Lima (UB) para “lutar e reverter essa decisão no Senado Federal”.
Mas, a verdade é que a esperança está nas mãos dos senadores Omar Aziz (PSD), Eduardo Braga (MDB) e Plínio Valério (PSDB), que devem se articular para que o estado não sofra mais um revés.
A deputada Débora Menezes (PL) utilizou as plataformas Threads e X para expressar seu posicionamento acerca da reforma tributária. Segundo Menezes, a aprovação do regime de urgência “coloca em risco a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), aumenta o desemprego e pode ameaçar a floresta”. O mesmo texto foi publicado no X (antigo Twitter).

(Foto: Reprodução/Redes Sociais Débora Menezes)
Delegado Péricles, também do Partido Liberal, partiu de um viés semelhante ao de Débora Menezes. Ele afirmou que a aprovação pode significar o fim da competitividade da ZFM e da UEA. Além disso, o parlamentar pediu apoio da bancada federal para que o texto seja revisto.
“Isso gerará desemprego, o fim da UEA e ameaça à preservação da floresta. Espero que nossa bancada federal reaja e impeça que tamanho estrago aconteça.”
https://www.instagram.com/p/C9SCGSTul7Q/?utm_source=ig_web_copy_link&igsh=MzRlODBiNWFlZA==
No aplicativo Threads, o deputado estadual Dr. George Lins (UB) expressou descontentamento e disse que a defesa da ZFM não beneficia apenas o Amazonas, mas o Brasil em sua totalidade. O mesmo texto foi publicado na plataforma X, em que o deputado estadual também se pronunciou.
“A defesa da Zona Franca não é apenas para os amazonenses, mas para todo o Brasil. É um modelo de desenvolvimento integrado que garante a preservação da Amazônia e gera milhares de empregos. Essa luta é de todos nós!”, defende Lins.

(Foto: Reprodução/Redes Sociais – Dr. George Lins)
‘O povo merece respeito’
O correligionário de George Lins, deputado Mário César Filho (UB), também utilizou apenas o aplicativo Threads para pontuar seu descontentamento. Conforme a publicação do político, a aprovação do texto ameaça o povo amazonense, pois fere a dignidade dos trabalhadores diretos e indiretos da ZFM.
“A Zona Franca de Manaus não pode mais viver sob ameaça. O povo do Amazonas merece respeito e dignidade através do trabalho gerado pela ZFM e educação, já que a decisão também ameaça a Universidade do Amazonas que depende dos recursos da indústria. Vamos lutar para que o Senado reverta essa traição!”

(Foto: Reprodução/Redes Sociais Mário César Filho)
A deputada estadual Dr.ᵃ Mayara (Republicanos) utilizou o X para se pronunciar. Na postagem, a filha de Adail Pinheiro se declara contrária à aprovação, assim como os sete parlamentares da bancada federal. Ela lembrou que das nove sugestões de alterações propostas, apenas duas foram aceitas.
“A votação do projeto de regulamentação da reforma tributária na Câmara dos Deputados deixou de fora propostas importantes feitas pela bancada amazonense para proteger a Zona Franca de Manaus. Das 9 propostas, apenas 2 foram aceitas”, explica Mayara.

(Foto: Reprodução/Redes Sociais – Dra Mayara)
O pré-candidato a prefeito de Manaus, deputado estadual Wilker Barreto (Mobiliza), utilizou o X e o Instagram para argumentar sobre a reforma. Wilker apontou a PL 68 como um retrocesso para a ZFM.
“Vejo a votação da PL 68 como um grande retrocesso para a Zona Franca de Manaus, uma vez que, esta não deve ser vista apenas como um modelo de políticas econômicas, mas, principalmente de políticas ambientais, que visam, dentre muitas coisas, o equilíbrio climático.”
O deputado estadual Rozenha (PMB) utilizou o discurso do deputado federal Sidney Leite (PSD) para expressar seu descontentamento com a aprovação do texto que não inclui pontos importantes para a Zona Franca de Manaus.
“O setor do comércio e serviços serão mortalmente impactados. Igualar as alíquotas das empresas genuínas dessa região as do resto do país, sem levar em consideração as desigualdades logísticas e sociais e ambientais, será desumano é um retrocesso sem precedentes”, defende Rozenha.
Dentre os 24 deputados estaduais eleitos no Amazonas, 14 deles não se pronunciaram oficialmente nas redes sociais sobre o assunto. São eles: Alessandra Campêlo (Podemos); João Luiz (Republicanos); Abdala Fraxe (Avante); Joana Darc (União Brasil); Cabo Maciel (PL); Sinésio Campos (PT); Dr. Gomes (Podemos); Adjuto Afonso (União Brasil); Comandante Dan (Podemos); Cristiano D’Ângelo (MDB); Daniel Almeida (Avante); Mayra Dias (Avante); Thiago Abrahim (União Brasil) e Wanderley Monteiro (Avante).
Lembrando que o levantamento considerou apenas as publicações realizadas no Instagram, Threads e X. Não considerando, portanto, postagem realizada por meio de ferramentas de visualização temporária, como os stories.
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