(Foto: Rafaela Feliciano/Metrópoles)
Com a confirmação, na manhã desta sexta-feira, 24, da saída do agora ex-ministro Sérgio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública, vários parlamentares do Amazonas reagiram ao anúncio da demissão. A maioria lamentou a saída do ex-juiz do cargo nas redes sociais. Também chamaram atenção para a declaração de Moro sobre o presidente Jair Bolsonaro tentar ter acesso a relatórios da inteligência da Polícia Federal.
Em suas redes sociais, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) fala em uma “travessia sob tempestade” nesse momento. “O presidente, com certeza, deve ter concluído que está forte o suficiente para fazer hoje o que pensava fazer amanhã. Torço para que ele tenha firmeza suficiente para comandar o barco nessa travessia sob tempestade”, escreveu.
O Presidente, com certeza, deve ter concluído que está forte o suficiente para fazer hoje o que pensava fazer amanhã.Torço para que ele tenha firmeza suficiente para comandar o barco nessa travessia sob tempestade.
— Plínio Valério (@PlinioValerio45) April 24, 2020
O parlamentar também analisa o cenário político mais à frente sem o ministro. “Vejo sim, motivos consistentes para um pedido de impeachment , mas não vejo como ser agora, durante a pandemia. Até porque essa saída do ministro Moro só teve seu primeiro capítulo”, avaliou.
Em vídeo publicado nas redes sociais, o deputado federal Delegado Pablo (PSL) lamentou a saída de Moro do cargo de ministro da Justiça. “Lamentável, recebo a notícia com tristeza. Moro fez por 22 anos um excelente trabalho como magistrado e continua o trabalho de combate à criminalidade e corrupção à frente do Ministério”, disse.
Na publicação, ele defendeu a independência da Polícia Federal (PF) e a autonomia das investigações da instituição. “Quero deixar meu compromisso com os valores e atributos que levaram a PF a ser uma instituição de respeito e orgulho de todos os brasileiros, que é justamente a independência administrativa e autonomia nas investigações”, concluiu o delegado Pablo no vídeo.
O deputado Sidney Leite (PSD-AM) foi outro parlamentar do Amazonas que declarou tristeza com a saída de Moro. “A sociedade brasileira perde com a saída de @SF_Moro do Ministério da Justiça. A presença de Moro no ministério era uma forte sinalização de combate à corrupção e independência dos órgãos de investigação. As acusações feitas na entrevista coletiva são extremamente graves”.
A sociedade brasileira perde com a saída de @SF_Moro do Ministério da Justiça. A presença de Moro no ministério era uma forte sinalização de combate à corrupção e independência dos órgãos de investigação. As acusações feitas na entrevista coletiva são extremamente graves.
— Sidney Leite (@sidneyleite_) April 24, 2020
E completou dizendo que “o ato de Sérgio Moro mostra coragem e compromisso com o combate à corrupção. Iremos defender a autonomia da Polícia Federal e trabalhar para salvar vidas. Nosso mandato está sempre à disposição de quem faz o certo”.
O deputado federal Marcelo Ramos (PR-AM) também se manifestou nas redes sociais. Ele publicou no Twitter várias mensagens repercutindo a demissão do ex-juiz e vê com preocupação a troca do diretor da PF por interesse de Bolsonaro. “Como disse um amigo. Moro não deu uma coletiva. Ele fez uma delação premiada (…) o Chefe do Executivo obstruir e interferir em inquéritos é crime”, declarou.
Como disse um amigo. Moro não deu uma coletiva. Ele fez uma delação premiada! Um ministro dizer que o presidente trocará o Diretor da PF por ter interesse de interferir em inquéritos é muito grave.
— Marcelo Ramos (@marceloramosam) April 24, 2020
Ramos escreveu, ainda, que a demissão do ex-ministro pode provocar uma crise política. “A saída do Moro gerará uma crise política e institucional que precisa ser rapidamente superada para que não dispersemos os esforços do combate ao coronavírus e preservação da vida dos brasileiros”, publicou.
Já o deputado federal Silas Câmara (Republicanos/AM), que na semana passada testou positivo para o novo coronavírus, afirmou ser “lamentável a forma como o ministro Sérgio Moro deixa o governo, Brasil perde muito e o governo também”.
Entre os deputados da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), que repercutiram o assunto nas redes sociais, Álvaro Campelo também postou algumas palavras. “Lamento a saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça, em um momento que o país precisa muito de estabilidade institucional e política”, publicou.
Lamento a saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça, em um momento que o país precisa muito de estabilidade institucional e política. https://t.co/6h8Y8fyhdt
— Álvaro Campelo – Deputado Estadual do Amazonas (@alvarocampeloam) April 24, 2020
A deputada Alessandra Campelo (MDB) publicou um foto ao lado de Moro, em que escreveu que as declarações do ex-ministro são gravíssimas. “No entanto, mais grave ainda é a situação caótica da saúde que enfrentamos no Brasil. É preciso que nós, mulheres e homens públicos tenhamos serenidade e cautela, para não perdermos o foco que deve estar no combate à Covid-19 e o socorro à nossa população”, declarou.
Outro que postou foto ao lado de Moro em suas redes sociais, foi o deputado delegado Péricles (PSL). Segundo o parlamentar, o Brasil deve muito ao ex-ministro. “Mudou a história do país no combate à corrupção e mostrou grandeza ao largar a magistratura para cumprir uma missão maior, em prol da Nação. Saída que ninguém gostaria que ocorresse. O país agradece. Aos que me perguntam, concordo que fatos graves ditos pelo Moro devem ser apurados. Vamos em frente”.
Já o deputado Serafim Corrêa (PSB) escreveu no Blog do Sarafa, um texto sobre a notícia. Nele, o parlamentar avaliou que as declarações do agora ex-ministro da Justiça deixaram Bolsonaro numa posição desconfortável perante a opinião pública, principalmente perante o seu eleitorado. Para Serafim, Moro não fez um pronunciamento, mas “uma delação premiada”.
“A coisa é tão escandalosa que o Sergio Moro sentiu saudades do governo anterior (PT) que não interferia nos trabalhos da Polícia Federal. Vejam a que ponto chegamos. Mas vamos aguardar, todos temos que ter serenidade para ver como administramos conjuntamente essa crise que se acresce a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. É muito grave o que o ministro Sérgio Moro disse em relação ao presidente da República”, concluiu Serafim na postagem.
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