Manaus, 6 de maio de 2024
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Manaus, 6 de maio de 2024

Economia

Paternidade e empreendedorismo: como conciliar as duas tarefas no dia a dia?

O Portal AM1 conversou com pais empreendedores que dividem a atenção entre família e negócios com dedicação e planejamento.

Paternidade e empreendedorismo: como conciliar as duas tarefas no dia a dia?

O chef de cozinha, Naifon Lima, 38 anos, já passa os conhecimentos para o filho sobre a área de culinária. (Foto: Arquivo pessoal)

Manaus (AM) – O segundo domingo do mês de agosto é o dia de celebrar o comprometimento e o carinho dos pais com os filhos. Mas, além disso, é um dia para lembrar a importância da participação ativa do pai no desenvolvimento dos filhos. A figura paterna no cotidiano requer a conciliação da ocupação profissional com o tempo em família – desafio que demanda atenção e dedicação.

É o caso do chef de cozinha e empreendedor Naifon Lima, de 38 anos, que enxerga no empreendedorismo uma quase paternidade, já que, segundo ele, traz um mundo de sonhos, paciência, investimentos, emoções e outras tantas coisas em comum.

Nascido no interior do Amazonas, em Purupuru — um distrito do Careiro Castanho — Naifon é proprietário do restaurante Assadus Goumert.

Ele conta que, desde cedo, teve contato direto com o empreendedorismo por meio do avô paterno, que era comerciante; e de seus avós maternos, que produziam farinha e comidas caseiras para vender e gerar renda para a família.

Auxiliar nos serviços dos negócios dos avós, principalmente a avó materna, serviu de inspiração para Naifon investir na área da culinária e abrir seu próprio negócio.

“O empreendedorismo vem de raiz, é hereditário na vida da nossa família. Na infância, principalmente nas férias, eu ajudava nas casas de farinha dos meus avós, e esse gesto impulsionou a minha vinda para Manaus em busca de conhecimento, estudos e me planejar para ter uma família. Quando foi no período de 2010, eu comecei um projeto de um restaurante, no qual deu super certo até hoje”, relembrou ele.

Nasce um pai, nasce um líder

Pai de dois meninos, um de 7 anos e outro de 5 meses, o chef de cozinha acredita que não basta apenas colocar um ser humano no mundo, é preciso acompanhar o desenvolvimento, cuidar, nutrir, alimentar e estar sempre presente para brindar o sucesso mais tarde, assim como se faz com uma grande empresa, um projeto ou ideia.

“Quando me tornei pai em 2017, do meu primeiro filho, então tive que me adaptar no mundo do empreendedorismo e, ao mesmo tempo, aprender a dividir as responsabilidades com a minha paternidade. E a conclusão que cheguei foi de trazer minha família, meus filhos para dentro da empresa, até porque eles são os meus verdadeiros sócios, e assim estaria sempre perto deles”, explicou.

Naifon acrescenta que o fato de ser pai faz a sua carreira empreendedora ser um projeto de vida. Ele conta que o filho primogênito é super participativo nas atividades do restaurante e, gradualmente, já o ensina o básico sobre a culinária. Tudo isso como forma de prepará-lo para assumir futuramente os negócios da família como um administrador ou até mesmo um chef de cozinha renomado. “Noé [filho mais velho] faz parte das minhas lives, ele já cozinha e ajuda no atendimento dos clientes”, ressalta.

O chef conta que, pelo menos três vezes por semana, tira um tempo para almoçar com os filhos e esposa em casa. Além disso, não deixa de levar e buscar o primogênito no colégio, participar das reuniões na escola e de viajar em família, como forma de aproveitar o momento; para reforçar os laços afetivos e emocionais.

Apoio e motivação

Outro pai empreendedor que também concilia a paternidade e o empreendedorismo é Dailson Pantoja, de 37 anos, dono da Fábrica de Salgados Emanuel, que fornece salgados pré-prontos para padarias.

Para ele, enfrentar diariamente essa mediação de papéis é um desafio que vale a pena, apesar da vida corrida, visto que busca inserir o filho de 11 anos nas atividades da fábrica.

“Pela manhã, tenho que levar o meu filho na escola e buscá-lo às 11 horas. Já durante a tarde, ele fica na fábrica fazendo tarefa [da escola] e às vezes faz entrega de salgadinho comigo. À noite, antes de ir para o meu curso, levo ele para o jiu-jitsu”, detalha o pai.

Apesar dos momentos mais acelerados e dificuldades, o empresário enfatiza que seu filho e esposa, além de um ponto de apoio, são sempre uma motivação para que ele continue conquistando seus sonhos. Ele conta que voltou a estudar e faz curso no Senac Amazonas para se qualificar no ramo que já atua.

O empreendedorismo e a paternidade passam a se interligar, uma vez que, por meio da conciliação de ambos, surgem momentos de conquista e parceria em família.

 

Nas horas vagas, Dailson Pantoja, 37 anos, aproveita para fazer diversas programações ao lado do filho. (Foto: arquivo pessoal)