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Pedido de prisão de mulher de Melo se deu após intimidação de testemunhas, diz MPF

Pedido de prisão de mulher de Melo se deu após intimidação de testemunhas, diz MPF

Edilene, na empresa Paraguardar (Foto: Divulgação/PF)

Em pedido de prisão preventiva à Justiça Federal do Amazonas, o Ministério Público Federal (MPF/AM) informou que fatos novos justificariam a prisão preventiva do ex-governador José Melo (PROS) e de sua mulher, Edilene Gomes de Oliveira. Um deles é o arrombamento de boxes destinados a guardar volumes, por parte de Edilene, logo após operação de busca e apreensão, e a intimidação de testemunhas.

Edilene, na empresa Paraguardar (Foto: Divulgação/PF)

Segundo o MPF, a intimidação ocorreu com os sócios da empresa que reformou a mansão de Edilene e Melo. Para a Procuradoria, a prisão do casal vai permitir a instrução criminal sem qualquer tipo de ameaça ou constrangimento.

Boxes arrombados

De acordo com o delegado Alexandre Teixeira, da Polícia Federal (PF), no dia 24 de dezembro passado, foi dado cumprimento do mandado de busca e apreensão em dois boxes da empresa ParaGuardar, na Avenida Torquato Tapajós, relacionados a José Melo.

“Ao iniciar as buscas, pela manhã, formos informados pelo representante da empresa, o senhor José Benzecry, bem como, por funcionários da empresa, que a senhora Edielne Gomes de Oliveira, esposa do investigado José Melo de Oliveira, esteve no local, no dia anterior, por volta das 12h, acompanhada de dois parentes, permanecendo por cerca de duas horas,
ocasião em que solicitou abertura dos boxes 1106 e 1108, ora objetos de busca”, informou o delegado, em nota.

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No dia 23, os boxes foram tiveram de ser arrombados pelo funcionário da própria empresa depois que Edilene informou que as chaves haviam sido levadas pela PF no dia da Operação Estado de Emergência, quando o ex-governador foi preso. 

Segundo informações do representante da empresa à PF, Edilene apresentou-se bastante abalada e chorosa. Segundo informaram ainda os funcionários, Edielen retirou algumas caixas, as quais se assemelham às caixas de cera que foram encontradas pela equipe no dia 24, conforme a imagem abaixo.

Desvios milionários

Segundo as investigações da Operação Maus Caminhos, dos R$ 900 milhões repassados entre 2014 e 2015 pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS) ao Fundo Estadual de Saúde do Amazonas (FES), na gestão Melo, mais de R$ 250 milhões foram destinados à Sociedade de Humanização e Desenvolvimento de Serviços de Saúde Novos Caminhos, o Instituto Novos Caminhos, contratada para gerir três unidades no Estado: a UPA Campos Salles, em Manaus; a UPA e Maternidade Celina Villacrez Ruiz, em Tabatinga; e o Centro de Reabilitação de Dependentes Químicos, em Rio Preto da Eva.

Desses R$ 250 milhões, foram desviados no INC e na administração Melo pelo menos R$ 120 milhões, conforme provas documentais já colhidas, além de relatório da Controladoria Geral da União (CGU).