Manaus, 7 de maio de 2024
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Brasil

‘Pior que o caso Suzane’, diz tio da suspeita de assassinar a família no ABC

Os corpos do casal de empresários Romuyuki, Flaviana Gonçalves e do filho deles, foram encontrados carbonizados no porta-mala do carro da família.

‘Pior que o caso Suzane’, diz tio da suspeita de assassinar a família no ABC

Reprodução: noticias.r7

O tio de Anaflávia Gonçalves, suspeita de participar do assassinato da família encontrada carbonizada no ABC, afirmou na manhã desta sexta-feira, 07, em entrevista no programa Encontro com Fátima Bernardes que considera o crime pior do que o cometido por Suzane Von Richthofen, presa pela morte dos pais em 2002.

“Eu acredito, é muito doído falar, mas é bem pior do que o caso Suzane [Von Rochthofen], porque a Suzane pagou e poupou a vida do irmão. Minha sobrinha planejou, participou e não poupou a vida do irmão. Então, se torna pior do que o caso da Suzane”, afirmou Flavio Menezes, irmão de Flaviana Gonçalves. Os corpos do casal de empresários Romuyuki e Flaviana Gonçalves e do filho deles, o adolescente Juan Victor, foram encontrados carbonizados no porta-mala do carro da família, na madrugada do dia 28 de janeiro.

Segundo ele, a sobrinha costumava ter uma boa relação com a família até seu envolvimento com Carina Abreu. “Nossa família começou a esfriar um pouco depois que ela conheceu a Carina, de um ano e meio pra cá. Ela ficou uma pessoa fria, mas mesmo assim [continuava] trabalhando com a minha irmã na loja.”

Perguntado se ele conversou com a sobrinha depois do crime, ele negou e disse que “não tem condições” de encontrá-la. Segundo ele, não havia nenhuma desconfiança de que um crime como esse poderia acontecer na família. “A gente acompanhava a família de perto, nós éramos muito próximos, nunca teve um sinal, que pudéssemos desconfiar.”

Prisões

A Justiça de São Paulo decretou nesta quinta-feira, 06, a prisão de mais um suspeito de participar do caso da família encontrada carbonizada no ABC paulista. Jonathan Fagundes Ramos é irmão de Juliano de Oliveira Ramos Júnior, que está preso assim como a prima dos dois, Carina Abreu. Ele ainda não foi localizado pela polícia.

Ao todo, cinco pessoas estão presas pelo crime. Uma delas, Michael dos Anjos, será liberado, pois a investigação constatou que ele não tem envolvimento com o crime.

Nesta quinta, Carina e Anaflávia Gonçalves, que é filha vítimas, confessaram ter ajudado a planejar o roubo no dia 27 de janeiro em Santo André, mas não participaram das mortes.

Os corpos do casal de empresários Romuyuki e Flaviana Gonçalvese do filho deles, o adolescente Juan Victor, foram encontrados carbonizados no porta-mala do carro da família, no dia seguinte, em São Bernardo do Campo. Segundo laudo pericial, as vítimas foram mortas com golpes na cabeça.

Versão de um dos presos

Nesta quarta-feira, 05, as duas deram a terceira versão diferente para o crime após o primo de Carina, Juliano Júnior, que também está preso, acusar ela e Anaflávia de terem participado do roubo e do assassinato. Ainda segundo ele, as namoradas concordaram em matar a família depois que não foram encontrados R$ 85 mil no cofre da casa. E que foi Carina quem asfixiou e matou sozinha o casal e o adolescente.

Guilherme Silva e Michael Anjos também estão presos.

Versão das namoradas

Segundo policiais que acompanharam os depoimentos, Carina e Anaflávia contaram que “a situação fugiu do controle após uma discussão” entre o grupo criminoso dentro da casa da família.

De acordo com a investigação, os cinco criminosos planejaram roubar os R$ 85 mil que estariam no cofre da residência. Para isso, usaram uma arma para simular render também Carina e Anaflávia, além dos pais e irmão dela.

Mas como o dinheiro não estava no cofre, os três homens ficaram agressivos e começaram a bater em Romuyuki, Flaviana e Juan, segundo relato das namoradas. Em seguida, decidiram roubar uma TV, um videogame e R$ 8 mil em dinheiro das vítimas.

Ainda segundo as fontes, Carina contou que um dos homens “agiu com violência contra Anaflávia” e, por esse motivo, ela resolveu interferir.

Com isso, os três se exaltaram mais ainda e acabaram falando os nomes das duas namoradas na frente do casal de empresários e do adolescente.

Depois disso, ainda segundo o depoimento de Carina, os três homens resolveram “executar” o pai e o irmão caçula de Anaflávia. Os assassinatos teriam sido cometidos na casa da família em Santo André.

Carina falou também que foi obrigada pelo trio a dirigir o carro da família refém até uma estrada de terra em São Bernardo. Dentro do veículo estariam os corpos de Romuyuki, Flaviana e Juan.

Ainda na quarta-feira a polícia apreendeu um carro que poderia ter sido usado no crime. A investigação também analisou câmeras de segurança de um posto de combustíveis, que mostra a chegada do grupo em dois carros. A quadrilha comprou combustível para queimar o automóvel da família com as vítimas dentro.

Como foram encontrados sangue na casa da família e nas roupas de Anaflávia, foram pedidos exames para saber de quem ele é. Os resultados ainda não ficaram prontos.

Quem eram as vítimas

  • Romuyuki Veras Gonçalves – empresário prestador de serviços de uma montadora; segundo informações iniciais da Polícia Civil, tinha 43 anos
  • Flaviana de Meneses Gonçalves – mulher de Romuyuki, era proprietária de duas perfumarias; segundo informações iniciais da Polícia Civil, tinha 40 anos
  • Juan Victor Gonçalves  filho do casal Romuyki e Flaviana; segundo informações iniciais da Polícia Civil, tinha 15 anos

Quem são os suspeitos do crime

  • Anaflávia Martins Meneses Gonçalves, de 24 anos – filha do casal Flaviana e Romuyuki e irmã de Juan Victor, está detida no 7º Distrito Policial (DP) desde 29 de janeiro. Após negar o crime, ela confessou envolvimento no roubo, mas negou ter participado das mortes
  • Carina Ramos de Abreu, de 26 anos – namorada de Anaflávia há 2 anos, também está detida desde 29 de janeiro. Após negar o crime, ela confessou envolvimento no roubo, mas negou ter participado das mortes
  • Juliano de Oliveira Ramos Júnior, de 22 anos – primo de Carina, foi detido em 3 de fevereiro e está em uma cadeia para presos provisórios em São Caetano do Sul; em depoimento, confessou envolvimento nas mortes e acusou de participação tanto Anaflávia quanto Carina. Juliano tem passagem por roubo
  • Guilherme Ramos da Silva – comparsa citado em depoimento por Juliano, também é conhecido como Lipe ou Massa, segundo a polícia; está preso
  • Michael Robert dos Santos dos Anjos – citado em depoimento por Juliano, foi preso, mas será solto porque as investigações concluíram que não tem envolvimento com o crime
  • Jonathan Fagundes Ramos – irmão de Juliano e primo de Carina. Até a última atualização dessa reportagem, a polícia tentava localizá-lo.

(*) Com informações do G1