Plínio e Alberto Neto realocam R$ 1,5 milhão após matéria do AM1 sobre apoio a jogos digitais

Foto: (Vinicius Loures/Câmara dos Deputados/Andressa Anholete/Agência Senado)

Brasília (DF) – Após matéria do Portal AM1, o senador Plínio Valério (PSDB) e o deputado federal Capitão Alberto Neto (PL) realocaram R$ 1,5 milhão, valor que estava direcionado a uma empresa de Brasília para apoio a jogos digitais. O montante será destinado à Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

Na época, a reportagem questionou o motivo pelo qual a Associação Moriá receberia a quantia, visto que existem empresas manauaras com a mesma capacidade de trabalho e atuação no mercado de jogos digitais, conhecido como e-sports.

A instituição não tinha nenhuma ligação com o estado e não apresentou um cronograma de ações para o uso do recurso que, na época, estava empenhado no Ministério do Esporte.

A troca foi realizada, segundo os parlamentares, porque a UEA “apresentou um projeto com as mesmas especificações” que a associação. O curioso é que, em setembro de 2024, quando questionados sobre o envio, os representantes do Amazonas informaram que a empresa tinha “expertise na área” e realizaria o evento.

“Possuiu expertise na área, já realizou eventos em outros Estados e no Distrito Federal. Em Brasília, neste ano, foram realizados eventos em parceria com o Ministério dos Esportes e o Instituto Federal de Brasília – a exemplo do que será realizado no Amazonas”, informaram os parlamentares.

Segundo a assessoria do senador Plínio Valério (PSDB), a troca foi realizada no final de 2024 e deve atender mil estudantes de baixa renda durante quatro meses.

A previsão é que o projeto seja realizado em Manaus e outros cinco municípios do Amazonas. Um dos requisitos para se inscrever é ter entre 10 e 18 anos e estar matriculado na rede pública de ensino.

Segundo o documento enviado pela assessoria do senador, a proposta é usar o esporte digital como “ferramenta de desenvolvimento educacional e esportivo para jovens em situação de vulnerabilidade social”.

A UEA tem até dezembro para desenvolver esse projeto. Questionada sobre o cronograma de uso do recurso público e das atividades que devem ser desenvolvidas ao longo dos meses, a universidade não se pronunciou. O espaço segue aberto para futuras manifestações.

A universidade também foi procurada para explicar o caso, pois no ano passado, a instituição nem sabia do recurso encaminhado para a Associação Moriá.

Veja os documentos do projeto:

O que aconteceu?

Em setembro de 2024, uma emenda encaminhada pelos representantes do Amazonas, Plínio Valério e Alberto Neto, chamou atenção por sua falta de ligação com o estado. O recurso, R$ 1,5 milhão, seria destinado à Associação Moriá, localizada na capital federal. Na época, os parlamentares foram procurados pela reportagem e fizeram alegações semelhantes sobre o projeto de e-sports.

O deputado destacou que o recurso seria utilizado por quatro meses no Instituto Federal do Amazonas (Ifam), e Plínio Valério afirmou que o montante seria usado por oito meses. Além disso, os parlamentares alegaram que a proposta incluiria cursos, treinamentos, aquisição de equipamentos e a participação em atividades organizadas pela equipe do projeto.

A primeira resposta da empresa sobre o evento é que o JEDIS seria realizado no Instituto Federal do Amazonas (Ifam), mas o instituto não tinha conhecimento do projeto.

Em outro momento, a empresa mudou a fala e destacou que o evento aconteceria na Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Procurada pela reportagem, a UEA também pontuou não ter conhecimento sobre a proposta.

Veja a matéria completa aqui.

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