Manaus, 4 de maio de 2024
×
Manaus, 4 de maio de 2024

Cenário

Plínio fala em desvios e duvida da atuação das ONGs na Amazônia

Senador afirma que dúvidas e desvios de recursos prejudicam projetos de grandes investimentos e os povos da floresta não recebem esses recursos

Plínio fala em desvios e duvida da atuação das ONGs na Amazônia

Foto: Reprodução

O senador Plínio Valério (PSDB-AM) voltou a carga para criticar artistas, os chamados ambientalistas românticos, e principalmente as Organizações Não Governamentais (ONGs) que atuam na Amazônia.

Plínio encabeça a chamada CPI das ONGs que está em tramitação no Senado justamente por acreditar que essas instituições possuem interesses que vão além da proteção ambiental arrecadando milhões e até bilhões de reais que não chegam para ajudar o caboco, o ribeirinho e o índio que habita a região.

O senador afirma que a intenção da CPI não é demonizar nem estigmatizar as ONGs, isto por acreditar que existam muitas que realmente fazem um trabalho sério, mas existem centenas de outras que, segundo ele, se aproveitam do apelo que a Amazônia desperta no mundo inteiro para arrecadar muito dinheiro para pouca ação.

“Como é possível se manter uma floresta intacta se você não dá condição a quem nela mora? Na Amazônia tem sim serrarias e garimpos clandestinos que devem ser alcançados e punidos pela Lei. É isso que eu peço que esse pessoal romântico, pessoal de ONGs, artistas, jornalistas saibam separar aqueles que depredam a floresta daqueles que vivem da floresta em harmonia que é o nosso caboco, o pescador, o agricultor, o ribeirinho”, afirma.

“Como sou pescador amador eu converso muito com o povo nas comunidades indígenas e ribeirinhas e essa ajuda, esse dinheiro arrecadado pelas ONGs posso garantir que não chega para eles. Ora, se é arrecadado dinheiro que é para ações na Amazônia e esse dinheiro não chega para quem dele precisa é porque esse dinheiro está sendo desviado. Eu aponto para cada um local que essas ONGs possam dizer que tem trabalho efetivo junto à comunidade, eu vou apontar 100, 200 outros que não tem”, afirma Plínio.

 

Recursos desviados

 

O senador amazonense cita como exemplo de recurso mal gerido o Fundo Amazônia que foi criado com o objetivo de financiar ações de prevenção, monitoramento, conservação, e combate ao desmatamento na Floresta Amazônica.

Segundo Plínio, o Fundo Amazônia arrecadou R$ 3 bilhões junto aos governos da Noruega, da Alemanha e da Petrobras como mostram documentos que chegaram à CPI, mas que atendeu até hoje apenas 164 mil pessoas.

“A Amazônia tem mais ou menos 23 milhões de pessoas. Então esse dinheiro não chega na ponta, não chega mesmo”, reforça.

“O Tribunal de Contas da União (TCU) está investigando alguns convênios dessas ONGs e já foi dito por um ministro que de oito convênios que ele analisou em todos os recursos são gastos entre eles mesmos em palestras, edições de livros, viagens”, reforça.

 

Projetos Prejudicados

 

Ao mesmo tempo em que encabeça a CPI, Plínio diz apoiar a exploração mineral na Amazônia.

Nesse contexto, o senador defende a ampla discussão do projeto de lei (PL 191/2020) que regulamenta a mineração e a geração de energia elétrica em terras indígenas, enviado pelo Executivo ao Congresso Nacional.

O senador se diz a favor da abertura da exploração mineral das riquezas da Amazônia, mas, desde que a atividade seja devidamente regulamentada e ouvindo o principal agente envolvido: O índio.

Mas as discussões, dúvidas e os questionamentos sobre a atuação das ONGs vêm atingindo e prejudicando iniciativas e projetos sérios e de grandes investimentos previstos como é o caso da exploração da silvinita em Nova Olinda do Norte e da exploração do potássio no município de Autazes.

Plínio, porém, acredita que o trabalho de atuação dele e de seus pares na CPI deve criar mecanismos que irão levar avanços a projetos dessas envergaduras que irão sim ajudar e trazer benefícios ao caboco, ao índio, o agricultor, e o ribeirinho.

 

(*) Com informações da assessoria