Manaus, 18 de maio de 2024
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Cenário

Plínio Valério se nega a assinar CPI do MEC enquanto a CPI das ONGs da Amazônia estiver na gaveta

"A gente quer saber onde que as Ongs gastam todo esse dinheiro recebido do Fundo Amazônia e de outros países", diz o autor do requerimento

Plínio Valério se nega a assinar CPI do MEC enquanto a CPI das ONGs da Amazônia estiver na gaveta

Foto: Divulgação| PSDB

O senador Plínio Valério ( PSDB-AM) disse, nesta quinta-feira (07) ao AM1, que não vai assinar mais nenhuma CPI até que a Comissão Parlamentar de Inquérito das ONGs que atuam na Amazônia seja instalada. Segundo o senador Plínio, autor do requerimento para a criação da CPI, desde o episódio CPI da Covid as demais foram barradas.

Segundo o senador Plínio Valério, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) é para que se investigue como os recursos recebidos do Fundo Amazônia e de outros países vem sendo aplicados pela organizações existentes no território. Por conta disso, ele é um dos senadores que não assinou a CPI do MEC, para investigar o ex-ministro Milton Ribeiro.

Ministro Milton Ribeiro
Foto: Reprodução

“A gente quer saber onde que as Ongs gastam todo esse dinheiro recebido do Fundo Amazônia e de outros países. Eu recebi uma carta dos índios, que ainda hoje eu li, da etnia Baniwa, da comunidade Castelo Branco, situada em São Gabriel da Cachoeira, na qual eles dizem que não suportam mais as Ongs falando por eles. Eles dizem que não precisam de porta-vozes, de gente falando por eles, que eles não precisam de tutela”, explicou Plínio Valério, que pontuou também que está cobrando dos pares para que eles assinem o pedido da CPI, e que acredita que consegue para logo.

O autor do requerimento disse que é “necessário investigar as más ONGs. Mas sempre eu digo, que a gente não quer endemonizar as ONGs, o que a gente quer é separar o joio do trigo, pois sei que existem muitas ONGs boas, mas sei que existem também muitas ONGs más. E a gente quer é enfrentar essa hipocrisia que permeia o assunto quando se relaciona à Amazônia. A gente sabe que eles arrecadam muito dinheiro, falando em Amazônia, e esse dinheiro não chega na ponta. E é isso que a gente quer saber, investigando”, frisou Plínio.

Ainda segundo o senador, as ONGs, que ele chama de “más” agem em nome dos índios e o dinheiro que recebem como doação não chega até os indígenas. Daí, Plínio Valério solicita que se instale uma CPI das ONGs para que essas organizações sejam investigadas.

Escândalo

Em setembro de 2006 um escândalo veio à tona. O de a ONG Unitrabalho, que tem como colaborador o petista Jorge Lorenzetti, teria recebido mais de R$ 18 milhões da União desde o início do governo Luiz Inácio Lula da Silva. A denuncia foi feita pela ONG Contas Abertas. O senador Heráclito Fortes (PFL-PI) conseguiu coletar, no dia 21 de setembro daquele ano, oito assinaturas e garantiu que outros 18 senadores que teriam interesse em assinar o documento que defende a abertura de uma CPI destinada a investigar o repasse de recursos do governo federal para organizações não-governamentais (ONGs), mas não teve continuidade.

No dia 26 de fevereiro de 2007, o senador Fortes reuniu 62 das 27 assinaturas de senadores necessárias para o pedido de abertura de CPI, mas permaneceu sem ser instaurada.

Em 1º de novembro de 2010, após mais de três anos da sua instauração sem chegar a uma conclusão da investigação, uma vez que o relatório com mais de 1.478 páginas não foi apreciado tampouco votado, acarretando no arquivamento de todo o processo. Agora o senador Plínio Valério fez um novo requerimento e tenta instalar para esse ano ainda a CPI das ONGs: “agora eu acho que dá”.

O requerimento precisa do apoio de um terço do plenário, segundo o regimento.

Veja o que diz o documento apresentado em 2010