Manaus, 7 de maio de 2024
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Manaus, 7 de maio de 2024

Política

Battisti admite atuação em assassinatos; Bolsonaro ataca esquerda

O post em questão, foi feito logo após o italiano Cesare Battisti, de 64 anos, ter admitido sua participação no assassinato de quatro pessoas nos anos de 1970

Battisti admite atuação em assassinatos; Bolsonaro ataca esquerda

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) postou, na manhã desta segunda-feira, 25, em sua conta pessoal do Twitter, um comentário no qual afirma que o italiano Cesare Battisti, extraditado em janeiro do Brasil para a Itália, é o ‘herói da esquerda’.

O post em questão, foi feito logo após o italiano Cesare Battisti, de 64 anos, ter admitido sua participação no assassinato de quatro pessoas nos anos de 1970. Na presença do procurador-geral de Milão, Francesco Greco, no Ministério Público, ele confirmou o envolvimento nos crimes e pediu desculpas aos parentes das vítimas.

O presidente tuitou: “Battisti, “herói” da esquerda, que vivia colônia de férias no Brasil proporcionada e apoiada pelo governo do PT e suas linhas auxiliares (PSOL, PCdoB, MST), confessou pela 1ª vez participação em 4 assassinatos quando integrou o grupo terrorista Proletários Armados pelo Comunismo. Por anos denunciei a proteção dada ao terrorista, aqui tratado como exilado político. Nas eleições, firmei o compromisso de mandá-lo de volta à Itália para que pagasse por seus crimes. A nova posição do Brasil é um recado ao mundo: não seremos mais o paraíso de bandidos!”

Ao procurador-geral, Battisti disse que se envolveu nos atos políticos por acreditar que aquela era uma ‘guerra justa’. O italiano foi condenado à prisão perpétua pelo assassinato de quatro pessoas durante os anos de 1970. Na época, ele integrava o grupo Proletários Armados pelo Comunismo, um braço das Brigadas Vermelhas. Até então ele afirmava ser inocente.

Battisti confessou ainda que se declarava inocente para “obter apoios da extrema esquerda na França, no México, no Brasil e do próprio Lula”.

Entenda o caso

Cesare Battist, de 64 anos, é um italiano ex-integrante do grupo terrorista Proletários Armados pelo Comunismo (PAC). Preso e condenado na Itália, Battisti fugiu em 1981 e se abrigou na França. Em seguida, mudou-se para o México, onde viveu por 10 anos. Retornou à Europa, aproveitando-se de um perdão do governo francês, que foi revisto algum tempo depois.

Refúgio no Brasil

Em 18 de março de 2007, foi detido no Rio de Janeiro, durante uma operação conjunta que envolveu a Interpol e as polícias brasileira, italiana e francesa. Em 2009 o Ministério da República aceitou o pedido da defesa de Battisti e concebeu status de refugiado político ao ex-ativista.

A decisão gerou controvérsia, que ocupou os meios de comunicação internacionais e principalmente dos três países diretamente envolvidos no caso – Brasil, França e Itália.

A decisão do ministro baseou-se na tese de “fundado temor de perseguição por suas ideias políticas”, argumento indispensável para reconhecer a condição de refugiado político, como prevê o artigo 1º da mesma lei.