Manaus, 5 de maio de 2024
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Manaus, 5 de maio de 2024

Política

Popularidade de Bolsonaro despenca ao nível de Fernando Collor

A pesquisa Ibope revelou que a taxa de satisfação com o presidente é de 29%, empatada na margem de erro com a de Fernando Collor (27%), no mesmo período.

Popularidade de Bolsonaro despenca ao nível de Fernando Collor

(Foto: Adriano Machado/EBC)

Ao final do primeiro ano de mandato de Jair Bolsonaro, a taxa de satisfação com o governo (porcentual da população que considera a gestão do País boa ou ótima) é quase a mesma do ex-presidente Fernando Collor no mesmo período.

A pesquisa Ibope revelou que a taxa de satisfação com o presidente é de 29%empatada na margem de erro com a de Fernando Collor (27%), no mesmo período.

A série histórica de pesquisas Ibope mostra que as semelhanças não se limitam ao porcentual de avaliações positivas que Bolsonaro e Collor exibiam depois de praticamente 365 dias no poder. A evolução – ou reversão – de seus números segue um ritmo parecido.

Os dois começaram o mandato com uma taxa de satisfação pouco inferior a 50%, mas esta logo diminuiu.

As pesquisas evidenciaram quedas incisivas perto dos quatro meses de gestão: um recuo de 12 pontos porcentuais no caso de Collor e de 14 no caso de Bolsonaro.

Depois dos desmoronamentos, não vieram recuperações sólidas, mas sim tropeços e soluços.

Eleito em 1989, o político alagoano anunciou uma série de reformas econômicas logo no dia seguinte à posse.

Entre as intervenções do pacote que ficou conhecido como Plano Collor estava o confisco das cadernetas de poupança da população.

As medidas iniciaram uma crise política que culminou no afastamento do presidente ao fim de 933 dias de governo.

Bolsonaro não congelou o dinheiro dos brasileiros, mas viu sua aprovação derreter de maneira semelhante.

Ele, seus filhos e seus ministros foram personagens de crises diplomáticasguerras culturais e investigações.

Crises

Deixando as semelhanças com Collor de lado, a atual avaliação positiva de Bolsonaro é comparável à de outros governos apenas em momentos mais avançados do mandato presidencial, geralmente durante crises políticas agudas.

Dilma Rousseff, por exemplo, só atingiu esse patamar durante os protestos de junho de 2013, com dois anos e meio de mandato. No mês seguinte às manifestações, as taxas somadas de “ótimo” e “bom” de seu governo caíram de 55% para 31%.

Até mesmo Luiz Inácio Lula da Silva, que ao terminar o segundo mandato foi chamado de “político mais popular da terra” pelo ex-presidente americano Barack Obama, já viu sua avaliação positiva cair ao patamar de Bolsonaro – e duas vezes.

A primeira foi em junho de 2004, com pouco mais de um ano e seis meses de governo. No mês anterior, o petista havia concedido um reajuste de R$ 20 no salário mínimo: 1,73% acima da inflação acumulada da época, mas abaixo das expectativas criadas após sua eleição. A segunda crise veio na metade de 2005, em meio ao escândalo do Mensalão.

Com a reeleição no ano seguinte, a popularidade do ex-sindicalista começou a subir de forma quase contínua.

No fim de 2009, Lula chegou a 80% de avaliações positivas, melhor desempenho de um presidente em todo o ciclo iniciado após o fim da ditadura militar.

Dilma não seguiu a mesma trajetória. A partir de junho de 2013, sua aprovação seguiu oscilando entre 30% e 40%, mesmo após conseguir a reeleição em 2014. Em 2015, depois de praticar uma política econômica contrária à que defendeu na campanha, sua taxa de satisfação desceu para perto de 10%, onde se manteve até o impeachment.

(*) com informações do O Estado de S.Paulo