Manaus, 4 de maio de 2024
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Cidades

Profissionais de saúde trocam experiências sobre profilaxia contra o HIV

O '1° Encontro de Serviços com Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP)' é para falar sobre os serviços ofertados na área

Profissionais de saúde trocam experiências sobre profilaxia contra o HIV

1° Encontro de Serviços com Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP) promovido pela Prefeitura de Manaus (Foto: Graziela Praia / Semsa)

Manaus (AM) – Os profissionais da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) se reuniram, nessa sexta-feira (16), no auditório do Complexo de Saúde Oeste, bairro da Paz, durante o 1° Encontro de Serviços com Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP). O objetivo do encontro foi discutir a estratégia e compartilhar as experiências de cada um na oferta do serviço para a população, além de conhecer o perfil dos usuários atendidos e identificar as melhorias que podem ser feitas para ampliar o acesso ao medicamento.

O PrEP está disponível em quatro unidades de saúde da rede municipal, atendendo 1.367 usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

A oferta da Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP) foi iniciada na rede municipal de saúde em março de 2021, em unidades de saúde da zona Oeste de Manaus. Em fevereiro do ano passado, a oferta foi ampliada para mais três, passando a atender à população nas zonas Norte, Sul e Leste.

Estratégia que reduz em mais de 90% o risco de infecção pelo HIV, a PrEP consiste no uso diário de medicação antirretroviral que tem a função de impedir que a pessoa seja infectada pelo HIV. De acordo com o protocolo clínico do Ministério da Saúde para a PrEP, o serviço tem como público alvo pessoas a partir de 15 anos de idade que apresentem contextos de risco aumentado para infecção pelo HIV.

Segundo a técnica responsável pelas ações de controle do HIV/Aids da Gerência de Vigilância Epidemiológica (Gevep/Semsa), enfermeira Rita de Cássia Castro de Jesus, o evento foi direcionado para gestores e profissionais das quatro unidades de saúde que oferecem o serviço: Carmen Nicolau (zona Norte), Fábio do Couto Valle (zona Leste), Doutor Luiz Montenegro (zona Sul) e UBS Ajuricaba (zona Oeste).

“A PrEP faz parte da Prevenção Combinada ao HIV. Antes, sempre se falava no uso do preservativo para a prevenção. Hoje, além dos preservativos, temos a PrEP e a PEP, que é Profilaxia Pós-Exposição ao HIV”, informou Rita de Cássia.

Durante a programação do evento, representantes de cada Unidade de saúde realizaram apresentação do perfil de usuários da PrEP. A médica Aline Alencar, que atende na UBS Ajuricaba, fez uma das apresentações e contou que o serviço atende 761 pessoas, sendo que quase 80% são pessoas do sexo masculino no nascimento, e a principal faixa etária atendida é a de 20 a 30 anos.

“A equipe da unidade de saúde está preparada para acolher as pessoas nas suas diversas realidades, em uma luta contra a epidemia do HIV. Em alguns casos, são pessoas que têm parceiros que vivem com o HIV e usam a PrEP para poder se proteger do risco. Quem procura a PrEP na UBS, é atendido pela enfermeira inicialmente, recebe as orientações, faz a testagem para o HIV e então toma a decisão de fazer ou não a adesão ao serviço”, relatou Aline Alencar.

A programação contou, ainda, com uma apresentação sobre o tema “PrEP: o olhar dos Movimentos Sociais”, conduzida por Gabriel Mota, educador comunitário colaborador da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT – Unidade Pesquisa) e ouvidor da Organização Não Governamental (ONG) Casa Amiga.

A apresentação abordou as experiências positivas e negativas dos usuários da PrEP, pontos de melhorias e possibilidades de expansão do serviço. Conforme explicou Gabriel Mota, na escuta dos usuários do serviço, o ponto positivo é ter a oferta do serviço em quatro Unidades de Saúde, além da Fundação de Medicina Tropical, e o ponto negativo ainda é o tempo de espera no atendimento, já que as UBSs realizam outros serviços.

“O tempo espera é uma questão que pode ser otimizada com diálogo com o poder público. Mas a gente pensa muito no recorte social, em que aquelas pessoas que têm um poder aquisitivo maior conseguem sair do trabalho para o atendimento. Já a pessoa que trabalha na fábrica ou no comércio vai ter mais dificuldade, e pode acabar desistindo dessa forma de prevenção ao HIV/Aids. E é importante ter essa troca de experiências no Encontro de Serviços com PrEP, principalmente entre os profissionais de saúde e os movimentos sociais. Somos as pessoas que estão na ponta ouvindo a população, sendo usuário ou não dos serviços do município, então é importante ser ouvido”, afirmou Gabriel Mota.

Até 2025, a Semsa, de acordo com a Programação Anual de Saúde, tem a meta de oferecer a PrEP em pelo menos nove Unidades de Saúde da rede municipal, ampliando o acesso ao atendimento para a prevenção ao HIV/Aids.

(*) Com informações da assessoria 

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