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Projeto de Lei quer tornar o tucumã Patrimônio Cultural Imaterial do Amazonas

PL destaca a importância histórica e econômica do tucumã para a região. Além da preservação e valorização da cultura amazônica.

Projeto de Lei quer tornar o tucumã Patrimônio Cultural Imaterial do Amazonas

O tucumã possui alto valor nutricional (Foto: Ruth Jucá/ADS)

Manaus (AM) – Um Projeto de Lei apresentado em março deste ano, na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), propõe que o tucumã, fruto tropical da Amazônia, rico em lipídios e carotenóides, se torne Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Amazonas.

A proposta, que atualmente está em tramitação na Aleam, na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR), aguardando emissão de parecer, foi apresentada pelo deputado estadual Cristiano D’Angelo (MDB). Na justificativa, o parlamentar destaca a importância cultural, histórica e econômica do fruto para a região. Além da preservação e valorização da cultura amazônica.

Como presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca, Aquicultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Comapa) da Casa, D’Angelo defende as possibilidades para o uso do “ouro da Amazônia”, como o fruto também é conhecido, entre elas casca, polpa, caroço e outros.

“É fundamental destacar que o tucumã é extremamente versátil e praticamente 100% aproveitável. Desde a casca, até o caroço, a fruta pode ser reutilizada de forma ecológica e sustentável. Como parte da cultura local, o tucumã é considerado uma excelente fonte de energia. Este pode ser consumido puro ou acompanhado de café e farinha, sendo um dos alimentos mais representativos da gastronomia amazonense. O caroço serve como matéria prima para diversos subprodutos como: anéis, brincos, pulseiras e colares, logrando ainda ser uma fonte energética sustentável, capaz de substituir combustíveis fósseis. Além disso, 85% da composição do carvão de seus caroços é composta de magnésio, sódio, potássio e silício, servindo também como um potencial fertilizante do solo. Há ainda o uso da casca para produção de cosméticos e da sua palha para produção de cordas, redes de pesca e de descanso, evidenciando ainda mais seu potencial extrator multifuncional”, argumenta o parlamentar na apresentação do PL.

O tucumã produzido no estado, segundo o projeto, é escoado tanto para os mercados de Manaus quanto para municípios do interior. Além disso, o fruto serve de base na alimentação de caboclos e ribeirinhos, os principais produtores do alimento.

Pela abundância nutritiva e fibrosa, além de ser rico em ômega 3 e vitaminas A, B1 e C, o tucumã é o principal ingrediente do “x-caboquinho”, uma das iguarias mais populares e consumidas no Amazonas.

Tanto que o alimento, genuinamente regional, já foi reconhecido como Patrimônio Cultural pela Câmara Municipal de Manaus (CMM) e pela Aleam.

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o tucumã é cultivado principalmente na região amazônica, onde pequenos produtores plantam, extraem e vendem o fruto.

“A valorização do tucumã como patrimônio cultural traz maior destaque para a importância da preservação das florestas amazônicas, promovendo a conservação das áreas naturais onde o tucumã cresce. Servindo de incentivo para as práticas agrícolas sustentáveis e a conservação da biodiversidade local”, disse Cristiano D’Angelo ao defender a proposta.

O deputado comentou ainda que reconhecer o tucumã como patrimônio imaterial é uma forma de valorizar e preservar essa herança cultural.

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