
(Foto: Divulgação/PSDB)
Manaus (AM) – Após o Diretório Nacional do Cidadania decidir, por unanimidade, não renovar a federação com o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), o partido, presidido no Amazonas por Plínio Valério, opta por uma fusão com o Podemos.
Na ocasião do rompimento, anunciado no final de março deste ano, o presidente nacional da sigla, Comte Bittencourt, declarou que a federação com o PSDB fazia parte do passado e que o objetivo agora era retomar o protagonismo.
“A federação é passado; vamos em frente, retomando o protagonismo de nossa identidade, que deve apontar para onde o Cidadania pretende caminhar”, afirmou Comte Bittencourt.
Logo após, surgiram nos bastidores discussões sobre uma possível fusão com o Partido Social Democrata (PSD), presidido no Amazonas por Omar Aziz. Na ocasião, Plínio Valério criticou abertamente essa possibilidade.
Por fim, no final de abril deste ano, as Executivas Nacionais do Podemos e do PSDB autorizaram por unanimidade, durante reunião, o início oficial das discussões sobre o processo de fusão entre as duas legendas.
A fusão partidária extingue definitivamente os dois partidos envolvidos, que passarão a formar uma nova sigla, com estatuto, diretórios e CNPJ unificados. Diferente da Federação — modelo que unia o PSDB ao Cidadania —, a fusão não permite separação posterior, sendo um processo irreversível.
As tratativas estão avançadas e abrem espaço para que ambas as legendas ampliem sua presença no cenário político nacional. Informações de bastidores indicam que o comando da nova sigla será compartilhado, com sistema de rodízio entre os dirigentes.
O que dizem os números?
A decisão ocorre após um desempenho modesto nas eleições municipais, em um ano que antecede a disputa por cargos majoritários nas Eleições Gerais de 2026. Em 2024, o Podemos registrou 22.732 candidaturas deferidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — entre vereadores, prefeitos e vice-prefeitos —, mas apenas 2.670 candidatos se elegeram, incluindo 122 prefeitos. O índice de sucesso nas urnas ficou em 11,7%.
Já o PSDB lançou 20.999 candidaturas deferidas pelo TSE, das quais apenas 3.543 resultaram em vitória nas urnas. Destas, somente 270 elegeram prefeitos, alcançando um desempenho de 16,8% de êxito.
No Amazonas, o impacto eleitoral foi ainda mais discreto. O Podemos elegeu apenas 29 candidatos entre vereadores e prefeitos, com apenas um eleito para chefe do Executivo municipal. O PSDB conseguiu eleger 30 candidatos no estado, também com apenas um prefeito eleito.
Já no cenário da Câmara Municipal de Manaus (CMM), a fusão entre os partidos não deve provocar grande impacto em termos numéricos. Atualmente, as duas siglas somam apenas três representantes na Casa: Allan Campelo (Podemos), Rosivaldo Cordovil (PSDB) e Yomara Lins (Podemos).
Na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), o quadro é semelhante. A bancada do Podemos conta com Alessandra Campêlo, Comandante Dan e Dr. Gomes. O PSDB, por sua vez, não possui representantes na Aleam.
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