Manaus, 17 de maio de 2024
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Manchete

“Queriam que eu renunciasse para ser vice do Amazonino. Eu não aceitei”, afirmou David Almeida

“Queriam que eu renunciasse para ser vice do Amazonino. Eu não aceitei”, afirmou David Almeida

Governador interino fez um balanço da gestão dele nos últimos três meses. (Foto: Divulgação/Secom)

Almeida disse que se deu ao direito de não seguir a orientação de seu líder político, senador Omar Aziz. (Foto: Dhyeizo Lemos)

Da Redação

O governador David Almeida (PSD) informou nesta quarta-feira (14), que lhe pediram para renunciar para ser vice na chapa do ex-governador Amazonino Mendes (PTB), pré-candidato ao governo na eleição suplementar.

“Chegaram a ter coragem de me fazer essa proposta, vocês acreditam? Eu não aceitei, disse David, sem revelar quem lhe fez o pedido. Ele pertence ao grupo do senador Omar Aziz (PSD).

David afirmou, ainda, que queria, sim, disputar o cargo de governador na Eleição Suplementar, mas admitiu que o senador Omar não ia lhe dar a legenda. “Eu sei e vocês sabem que eu não terei o partido”, lamentou.

Almeida disse que se deu ao direito de não seguir a orientação de seu líder político, senador Omar Aziz e não apoiará Amazonino Mendes. Ainda segundo o governador interino, “enxergaram” uma possível aliança dele com o ex-deputado Marcelo Ramos (PR), como uma ameaça e não como uma “oportunidade”. Mendes e Ramos são pré-candidatos ao Governo. “Nesse momento, não sou uma possibilidade (para o partido) e não vou me desgastar com isso”, completou.

A coletiva, convocada para anunciar obras e supressões em contratos do Governo, acabou se tornando um encontro para falar de política.

Almeida elogiou Amazonino Mendes e agradeceu a Marcelo Ramos (PR) – o segundo, pelo convite para compor chapa. Disse que também recebeu a proposta de renunciar ao cargo atual e ser vice de Mendes em uma chapa majoritária, mas “rio” do convite.

Sem desavenças

Ele alegou que não quer desavenças com o senador Omar Aziz, presidente regional do PSD, mas foi realista: “Acho que eu tenho chance em uma eleição indireta. Não ficarei com raiva se não disputar. Não guardo rancor. Cheguei a governador sem dar pernada em ninguém, sem enganar ninguém e sem fazer acordos com ninguém”.

Em outro momento, Almeida, que é presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), disse que chegou à condição de governador por uma questão profissional. “Governador em exercício e presidente da Assembleia é muito pra mim. Até 36 dias atrás era um desconhecido. Ganhei uma simpatia popular através de algumas ações”, ressaltou. O prazo para o anúncio das candidaturas vai até sexta-feira (16), data limite determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para as convenções partidárias.

Outros assuntos

Nesta quarta-feira (14), David Almeida também anunciou uma redução de R$ 315 milhões oriunda da supressão de contratos do Estado, celebrados junto a órgãos das áreas da saúde, educação e Casa Militar. Em coletiva, ele anunciou também um pacote de obras no interior e falou sobre a retomada de obras na capital, como a duplicação da AM-070 e a Avenida das Flores, extensão da Avenida das Torres.

O governador se mostrou preocupado com a perda sucessiva na arrecadação estadual e informou que também economizará reduzindo o contrato para a locação de aeronaves, que chega a quase R$ 12 milhões/ano.

Entre janeiro e maio deste ano, o Estado acumulou R$ 6,13 bilhões em receita, 2,1% a mais que igual período do ano passado, quando a arrecadação no mesmo período chegou a R$ 6 bilhões. Os dados são do portal da Transparência do Governo do Amazonas. No cálculo geral, as perdas ainda são de 2,2%, já que o acréscimo é menor que o percentual acumulado da inflação em 12 meses (de maio de 2016 a maio de 2017), a qual chegou a 4,3%. O cálculo foi baseado no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Especificamente no mês de maio, a receita foi menor que no mesmo período de 2016: R$ 1,31 bilhão contra R$ 1,58 bilhão.

O pacote de obras foi anunciado pelo governador David Almeida há pouco mais de um mês em que o ex-governador José Melo, lançou seu pacote de obras bilionário, que não chegou a ser executado em função da cassação pelo TSE, e cujos recursos estavam garantidos.

Almeida também disse que vai adquirir 70 novas ambulâncias para acabar com o aluguel desses veículos por empresas terceirizadas e disse que comprará tomógrafos para o interior. O governador garantiu que dará mais transparência ao estado. “Todos os contratos da Susam vão estar na página da Secretaria (…). Estou focado na administração do estado. Não fui eleito para ser governador. Recebi voto para ser deputado estadual e tenho essa responsabilidade de voltar para o meu local de trabalho (…) Tenho certeza que quero deixar para o povo do Amazonas o meu melhor nesses dias que estarei à frente do estado”.