Manaus, 25 de abril de 2024
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Cenário

Ramos, Arthur e Serafim reprovam; Alberto Neto aplaude tanques nas ruas

Para alguns políticos, o evento de Bolsonaro é uma tentativa clara de constranger a Câmara dos Deputados para aprovar a proposta

Ramos, Arthur e Serafim reprovam; Alberto Neto aplaude tanques nas ruas

MANAUS (AM) – Após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) acompanhar o desfile das Forças Armadas com tanques militares blindados no Esplanada dos Ministérios, políticos amazonenses repercutiram a ação do presidente e relacionaram a cerimonia como uma forma de pressionar o Congresso em relação a PEC do voto impresso.

Desde a semana passada os deputados federais se preparam para apreciar e votar a PEC 135/19 que propõe o “voto impresso”, comprovante que será emitido ao eleitor nas urnas eletrônicas. A proposta é defendida por Bolsonaro como uma forma de evitar “fraudes” nas eleições.

Leia mais: Desfile militar com Bolsonaro pode adiar decisão do voto impresso nesta terça

Nesta terça-feira (10), dia previsto para que a Câmara dos Deputados vote a PEC o presidente Bolsonaro participou o desfile das forças armadas, com tanques blindados. Para os políticos, o evento foi uma forma de pressionar os parlamentares a aprovarem a proposta.

Para o deputado Marcelo Ramos (PL-AM), a tentativa de opressão de Bolsonaro não será suficiente para que a Casa Legislativa deixa de votar a proposta.

“Sobre essa história de tanques nas ruas. Não quero crer que isso seja uma tentativa de intimidação da Câmara dos Deputados, mas, se for, aprenderão a lição de que um Parlamento independente e ciente das suas responsabilidades constitucionais é mais forte que tanques nas ruas”, publicou o deputado.

Em outro post, Ramos declarou que quanto mais os deputados forem agredidos, “mais acachapante será a derrota”.

O ex-prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB) também usou as redes sociais para criticar a ação de Bolsonaro e repudiou o “sonho de o Brasil viver novamente uma ditadura”.

“É demonstração de força, o desfile de tanques e poderes navais no Planalto no dia em que acontece a discussão sobre o voto impresso, que sou contra. Não é possível que a esta altura alguém ainda sonhe com ditadura no Brasil. Não somos uma república bananeira, que vive de “pronunciamentos” militares. Vivemos de uma constituição respeitada, de instituições fortes e garantidas pelas Forças Armadas, que sempre haverei de confiar como brasileiro”, comentou.

O deputado estadual, Serafim Corrêa (PSB) usou a tribuna na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) para relembrar o ato de repreensão militar em 1984, contra a Câmara dos Deputados.

“Em 1984, foi a voto na Câmara dos Deputados a emenda Dante de Oliveira que fazia retornar as eleições diretas no país, na época o presidente era João Figueiredo e o comandante militar do Planalto, Nilton Cruz e por uma medida de emergência os tanques vieram as ruas em Brasília e o general Cruz montou em um cavalo branco para constranger o congresso e assim a Câmara não aprovou as diretas já. E hoje, com 33 anos de regime democrático, no dia em que o Senado vai votar e extinguir de vez o voto impresso nos assistimos à reedição de 1984, onde Bolsonaro intimida a Câmara. A história de uma coincidência não cola, foi intimidação clara e eu confio nos políticos que compõe o Congresso que demonstraram o verdadeiro poder independente”, relembrou.

Já o deputado federal, Alberto Neto (Republicanos) usou as redes sociais para desmentir o que ele chamou de “fake news da esquerda” e reafirmou que o presidente Bolsonaro busca a transparência nas eleições.

“Hoje teve a passagem de tanques e blindados pelo Palácio do Planalto. Isso ocorre desde 1988, quando a Marinha do Brasil faz exercício militar na cidade de Formosa-GO. Mas só agora a esquerda soube disso, por que tanto temor? A esquerda adora espalhar fake news sobre o nosso presidente, agora estão dizendo que a passagem de tanques é uma forma de ameaça ao Congresso sobre o voto impresso. Não é nada disso, o presidente é a favor da democracia e por isso, deseja eleições mais transparentes”, defendeu o deputado.

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