Manaus, 4 de maio de 2024
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Cenário

Desfile militar com Bolsonaro pode adiar decisão do voto impresso nesta terça

Para o presidente da Câmara, Arthur Lira “é uma trágica coincidência”, mas afirmou que se os deputados quiserem, a votação pode ser adiada

Desfile militar com Bolsonaro pode adiar decisão do voto impresso nesta terça

Foto: Agência Brasil

BRASÍLIA/DF – O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) afirmou que a votação sobre a PEC do Voto Impresso poderá ser adiada por causa de uma manifestação militar prevista para acontecer nesta terça-feira (10), na Esplanada dos Ministérios. O desfile acontece no mesmo dia em que está marcada a análise da proposta pelos deputados.

Segundo informações, os veículos militares passarão em frente ao Congresso e ficarão estacionados logo adiante, em frente ao Palácio do Planalto. O Comando da Marinha disse que o objetivo do desfile é convidar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), para participar de treinamento das três Forças, evento que acontece desde 1988 em Formosa (GO), mas que foi transferido para Brasília sem maiores explicações.

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No entanto, é a primeira vez que esse desfile acontece na área central de Brasília. Para Lira, “é uma trágica coincidência” a manifestação ocorrer no mesmo dia em que a Câmara pautou a PEC do Voto Impresso e que, em razão disso, vai consultar os líderes partidários sobre a possibilidade de adiar a votação.

“Não é usual, no país polarizado, isso dá cabimento para que se especule algum tipo de pressão. Entramos em contato com o presidente Bolsonaro, que garantiu que não há esse intuito. Mas não é usual, é uma coincidência trágica dos blindados para Formosa. Isso apimenta este momento”, afirmou.

O Plenário deverá analisar o texto original da PEC, de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF),que determina a impressão de “cédulas físicas conferíveis pelo eleitor” independentemente do meio empregado para o registro dos votos em eleições, plebiscitos e referendos.

No dia 5, a comissão já havia rejeitado o parecer do deputado Filipe Barros (PSL-PR), cujo substitutivo propunha a contagem pública e manual dos votos a partir de cédulas impressas no momento da votação. No dia seguinte, o colegiado aprovou parecer do deputado Raul Henry (MDB-PE), que recomenda a rejeição também da proposta original.

Para ser aprovada, uma PEC precisa do voto favorável de 308 deputados em dois turnos de votação, além de passar pelo Senado, também em dois turnos. A sessão do Plenário desta terça está prevista para começar às 15 horas.

Não vai passar

Mais cedo, Bolsonaro admitiu durante uma entrevista que a proposta deverá ser derrotada na Casa Parlamentar. Na ocasião, ele voltou a atacar o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao afirmar que o ministro “apavorou os parlamentares” e que haveriam deputados que “devem à Justiça”.

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Na bancada amazonense, alguns parlamentares já se articulam para barrar a proposta, enquanto os deputados da base bolsonarista no Amazonas já consideram a aprovação da PEC uma realidade. 

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(*) Com informações da Agência Câmara de Notícias