BRASÍLIA/DF – Às vésperas do plenário da Câmara dos Deputados apreciar a PEC do Voto Impresso, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) admitiu que proposta deverá ser derrotada na Casa Parlamentar. A previsão é que a PEC 135/19, que propõe a volta do voto impresso entre em pauta, nesta terça-feira (10).
Em entrevista nesta segunda-feira (9), Bolsonaro atacou o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo ele, o ministro “apavorou os parlamentares” e que haveriam deputados que “devem à Justiça”.
“Ele [Barroso] foi pra dentro do Parlamento fazer reuniões com lideranças, praticamente exigindo que o Congresso não aprovasse o voto impresso”, complementou Bolsonaro. Convidado pelos próprios deputados, Barroso participou em 9 de junho de um debate da comissão geral da Câmara dos Deputados sobre mudanças nas urnas eletrônicas.
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“Barroso é um mentiroso, não é a volta do voto em papel. Tem uma urna eletrônica e uma impressora ao lado. No mesmo domingo à noite você tem a apuração pela imprensa e começa a contagem manual dos votos. Não podemos aceitar que servidores em uma sala secreta façam a contagem dos votos”, afirmou.
“Queremos voto seguro, apenas isso, mais da metade da população quer”, continuou. “Alguns partidos não querem, e parece que o poder de intimidação do Barroso está fazendo a diferença”.
Bolsonaro também chegou a mencionar que as eleições municipais de 2020 também foram fraudadas e que o sistema “travaria” na hora da contagem para favorecer um candidato. As alegações são similares às feitas pelo presidente em relação às eleições de 2014 e 2018, que já foram desmentidas pelo TSE e por especialistas.
Divisão de opinião
Na última sexta-feira (6), a comissão especial da Câmara dos Deputados já havia recomendado que o plenário rejeitasse a PEC. O parecer elaborado pelo relator, deputado Raul Henry (MDB-PE) – que prevê a derrota do voto impresso no Congresso – foi aprovado por 22 votos a 11.
Ainda assim, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou que a decisão sobre a PEC seria tomada pelo Plenário da Casa. Segundo Lira, a proposta é polêmica e, por essa razão, é preciso da análise dos 513 deputados para uma definição.
Com aproximação da análise da pauta, alguns parlamentares da bancada amazonense já se articulam para barrar a proposta, enquanto os deputados da base bolsonarista no Amazonas já consideram a aprovação da PEC uma realidade.
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(*) Com informações da CNN Brasil
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