Manaus, 26 de abril de 2024
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Manaus, 26 de abril de 2024

Cidades

Relembre os casos de feminicídio que chocaram o Amazonas

Com o alto número de casos de feminicídio durante a pandemia no Amazonas, a equipe de reportagem do Portal AM1 listou três casos que chocaram a cidade de Manaus

Relembre os casos de feminicídio que chocaram o Amazonas

MANAUS, AM – Durante a pandemia, os casos de feminicídio cresceram no Amazonas. As ocorrências apresentaram um aumento de 18%, de acordo com os dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM). O mês de agosto de 2020 foi considerado o mais violento, no qual seis mulheres foram assassinadas. O registro de agosto é considerado um recorde nesses homicídios.

Com o alto número de casos de feminicídio registrados no Amazonas, a equipe de reportagem do Portal AM1 listou três casos que chocaram a cidade de Manaus.

Caso Kimberly

A ex-miss Manicoré, Kimberly Karen Mota de Oliveira, de 22 anos, foi morta a facadas em maio de 2020. O namorado dela, Rafael Fernandez Rodrigues, está sendo julgado pela 2.ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manaus. Ele é o principal suspeito de ter cometido o crime.

O corpo da jovem foi encontrado no apartamento do namorado. Ela estava seminua quando foi encontrada, além de apresentar perfurações de facas nas regiões do pescoço e do abdômen, de acordo com a Polícia Civil (PC).

Foto: Reprodução

De acordo com os investigadores, o crime teria sido motivado por Rafael não aceitar o fim do relacionamento com a miss. Então, ele teria marcado um encontro no domingo de Dia das Mães, com o intuito de reconquistar a namorada. O casal estava junto há três meses.

O crime gerou comoção em toda a cidade. Antes de ser morta, Kimberly tentou voltar para Manicoré, distante 332 quilômetros de Manaus, para passar o Dia das Mães com a família. Ela perguntou de um amigo onde poderia comprar passagens de barco.

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Ao notar o sumiço da jovem, amigos e familiares ficaram preocupados, já que Kimberly mantinha contato frequente com os parentes. Um tio da vítima foi até o apartamento de Rafael, mas não obteve respostas. Sendo assim, a imagem do casal foi divulgada como desaparecido.

Três dias depois, o corpo da vítima foi encontrado pelos agentes policiais. Kimberly estava no chão do quarto de Rafael, além de estar seminua, em meio a uma poça de sangue. O autor do crime deixou pegadas de sangue e fugiu do local.

Rafael foi encontrado em Roraima com hematomas. Ao ser questionado, o suspeito afirmou que sofreu um acidente no município de Caracaraí. O veículo capotou na pista e ficou totalmente destruído. Ele ainda contou que perdeu os documentos e o celular durante o acidente, mas, teve somente os cartões de crédito recuperados. O caso ainda é investigado.

Caso Heloísa

Uma adolescente de 17 anos, identificada como Heloísa Medeiros da Silva, foi morta estrangulada. O corpo da jovem estava seminu quando foi encontrado. Além do estrangulamento, ela apresentava sinais de estupro. O crime ocorreu em novembro de 2019.

Ela estava desaparecida há dois dias. Antes de sumir, ela tinha saído para comemorar o aniversário de um amigo e, desde então, não foi mais vista. O principal suspeito é Michael Saboia de Souza, de 19 anos, que estava acompanhado da adolescente quando foi vista pela última vez.

Foto: Reprodução

O laudo do Instituo Médico Legal (IML) apontou que a vítima apresentava variações de comprimento de cabelo. Os agentes acreditam que ela teve o cabelo cortado, antes de ser morta. O documento ainda mostra que foi encontrada uma fina camada de substância branca endurecida, que cobria as unhas de Heloísa. Sendo assim, acredita-se que o autor do crime arrancou as unhas postiças que ela usava.

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Michael foi detido tentando se passar pelo irmão que morava em São Luís. Ele foi preso no município em junho de 2020. Segundo a polícia, Michael confessou o crime e continuará preso no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís.

Caso Gisele

A comerciante Gisele Castro de Azevedo, 25, foi assassinada com cinco tiros durante o expediente de trabalho. O caso aconteceu em fevereiro de 2021. Segundo o boletim de ocorrência, ela foi atingida pelos disparos e chegou a ser encaminhada a uma unidade de saúde, mas acabou falecendo antes do atendimento médico.

Na ocasião do crime, o suspeito foi visto passando em frente ao estabelecimento, onde a mulher estava conversando com outras duas pessoas.

Ele sai do local e quando volta, efetua os disparos contra a vítima. Gisele ergueu os braços e tentou fugir, mas não resistiu aos ferimentos.

De acordo com investigações preliminares da polícia, Gisele pode ter sido vítima de feminicídio. A polícia revelou que os dois tiros no rosto e os três que perfuraram o peito da mulher foram de uma pistola calibre 380 e ainda informaram que o modo como ela foi assassinada, sendo dois dos cinco tiros diretamente no rosto da vítima, geralmente mostra um sentimento de ódio e de vingança de quem mata ou de quem manda matar.

A vítima chegou a registrar um boletim de ocorrência na Delegacia Especializada em Crimes Contra Mulher (DECCM), por agressão física, em desfavor de um ex-namorado. Familiares inconformados confirmaram que ela recebia muitas ameaças de um ex-namorado que não aceitava o fim do relacionamento.
O caso está sendo investigado pela Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS).